Verificamos a todo instante na mídia em geral, incluímos aí as digitais também, principalmente nesta época que precede as eleições gerais certo descontrole e uma arritmia estranha na questão do como tratar este processo tão bonito que é a Democracia, a liberdade de expressão, ressalvadas as devidas proporções, evidentemente.
Observamos uma busca incessante por estarem “lá”, porém, se esquecem de quem está “aqui”, porque quem está “aqui” geralmente são os que mais sofrem com os desarranjos políticos em nosso País. Esta questão ela é endêmica desde os primórdios do descobrimento ultrapassando séculos, portanto. Desmedidamente percebemos certa alienação com setores sensíveis da sociedade que merecem maior atenção tais como: saúde, educação, assistência social e segurança pública que são peças basilares em qualquer gestão e para qualquer esfera do Poder do Estado Democrático de Direito no qual estamos inseridos após a redemocratização do Brasil. Constituem-se em peças chaves para palanques, porém na prática muito pouco acontece, ressaltemos aqui também que existe quem realmente faz por merecer onde está e onde querem chegar e permanecer, pois, entendem o processo de que o político serve ao povo e não servido por eles. Com os setores mencionados acima, não basta apenas o diálogo temporário e de cunho eleitoreiro, necessita-se de um dialogar profundo e constante para que quem pleiteia a governança saiba sentir na pele o que cada um de nós passamos diariamente.
Não estamos nos referindo sobre quem trabalha mais ou trabalha menos, discutimos aqui a ideia de valores políticos que em nosso País, diga-se de passagem, infelizmente deixa muito a desejar. Respeitamos e louvamos qualquer trabalho que seja digno, porém a sociedade clama por mais justiça, por igualdade, por equidade, por segurança e por uma remuneração que lhes garantam pelo menos terem uma vida justa para si e sua família. Estas questões felizmente ou infelizmente somente a Democracia através dos seus políticos eleitos democraticamente e honestos com a causa pública podem nos proporcionar.
Voltemos aqui para dizer que também não se trata de quanto que o fulano ou beltrano ganha, nos referimos aqui que certos setores são mal remunerados e os proventos se tornam insuficiente para o sustento familiar. Evidenciamos que este seguimento representa a maioria da população brasileira e muito pouco ou quase nada é feito por eles ou por nós. Um País sério tem que prover meios para gerar empregos fixos, com carteira assinada dignificando a existência do Ser sobre o TER e não simplesmente criar auxílios e mais auxílios para aprisionar a população politicamente. Isso é ridículo!
No findar das contas, tudo isso culmina em inflação e por conseguinte miséria social. Achamos engraçado os pretendentes a cargos eletivos comerem pastéis pelas ruas tomarem café em locais onde comumente jamais pisariam, darem “kisses and kisses” em crianças e idosos sabendo que eles são os que mais sofrem com a ganância pelo Poder que tanto almejam e buscam. Fazem isso única e exclusivamente na tentativa de tapear o povo que são carentes em grande maioria de atenção governamental e acabam por se submeterem aos caprichos dos senhores perfumados, engravatados que adentram suas casas em busca daquilo que os conduzirão até as cadeiras almofadadas e com assessores por todos os lados, tudo pago com nossos impostos que em sua maior porção sucumbem das mais variadas formas aos bolsos profundos, e as malas “pretas” ou até mesmo armazenados em “lares” próprios para esta finalidade. É vergonhoso ver um Pais tão rico e ao mesmo tempo tão pobre e desigual como o nosso.
Se o Poder emana do povo, conforme a carta Magna, então que façamos valer nossos direitos. Diálogo temporário não queremos, o que desejamos é dialogar de forma constante dentro e fora do processo eleitoral sobre as questões que nos deixam aperreados diariamente. Não deixemos nos iludir por momentos! Trabalhar todos nós temos, pois, precisamos subsistir, façamos o mesmo aplicando o castigo necessário para aqueles que nos procuram e nos tapeiam somente quando necessitam do nosso valioso, do nosso precioso e inigualável voto. Vamos conduzi-los até as plataformas de trens e metrôs, até as estações de ônibus públicos superlotados, fazê-los sentir o que os menos favorecidos sentem todos os dias. Peçamos que busquem auxílio médico nos hospitais públicos que tanto idolatram e não que sejam ruins, pelo contrário, prestam serviços de excelência dentro daquilo que podem com os parcos recursos que recebem. Ainda bem que temos o SUS não é mesmo? Façamos com que eles esperem em filas prolongadas, que marquem seus exames para daqui seis ou quem sabe anos, e que não se hospedem em suntuosos hospitais pagos com o nosso suado dinheiro.
Após duzentos anos da Independência do Brasil, será que realmente estamos libertos e Independentes mesmos? ou somos cada vez mais reféns? Dialoguemos sempre de forma sábia, cobrando aquilo que nos é de direito pela Constituição que é Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social de qualidade. Que o coração do Imperador Pedro I ao retornar a Portugal leve consigo toda a discórdia política e a anarquia que um dia plantou por aqui.
Autor:
Luciano Bissóli.
Diretor de Escola no município de Paulo de Faria/SP.
Professor de Educação Básica I e II, Graduado em Biologia pela Unifev em Votuporanga/SP, em Pedagogia pela Universidade de Uberaba/MG, Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano em Batatais/SP, Especialização Lato-Sensu em Gestão Escolar pela Faculdade Reunida de Ilha Solteira/SP e em Psicopedagogia Institucional pela Universidade de Uberaba/MG. Aluno especial matriculado na UNESP (Universidade Estadual Paulista) cursando disciplina introdutória para Mestrado Campus São José do Rio Preto/SP. Aluno regularmente matriculado e cursando MBA em Gestão Pública e Projetos pelo Instituto INDEX. Viajante Brasil afora afim de verificar as diferenças sociais e regionais na área educacional. Viagem a Europa com a mesma finalidade