O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde ampliou o público-alvo para vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). A partir de agora, está igualada a indicação da vacina para meninos e meninas, de nove a 14 anos de idade. A coordenação do PNI também reforçou a importância de que sejam tomadas todas as medidas para que se aumente a adesão dos adolescentes à imunização.
“Cerca de 90% dos homens e 85% das mulheres vão ter contato com o HPV durante a vida e se infectar ao longo da vida pelo vírus que é transmitido, principalmente, por via sexual. Então, tanto meninas quanto os meninos têm risco de serem infectados e ambos os sexos devem ser imunizados”, enfatiza a oncologista Camilla Fogassa, médica do Hospital Israelita Albert Einstein e colaboradora do Instituto Vencer o Câncer. “Não existe um tratamento para eliminar o vírus, o que gera um aumento do risco de câncer. Por isso, a prevenção da infecção é muito importante. E a forma mais eficiente para isso é a vacinação. A imunização é mais eficiente em quem ainda não teve contato com o vírus. Assim, a faixa etária escolhida pelo Ministério da Saúde como prioritária vai dos nove aos 14 anos”, explica Camilla.
No comunicado do PNI, com data de 30 de agosto de 2022, a Coordenadora Geral do Programa Nacional de Imunizações, Adriana Pontes Lucena, considera “as inúmeras evidências do impacto positivo da vacinação contra o HPV para a saúde dos adolescentes, a disponibilidade desse insumo e que o princípio da equidade entre homens e mulheres deve ser adotado nas recomendações de vacinação quando os dados científicos assim permitirem”.
O documento ressalta que a “vacinação contra o HPV em adolescentes é utilizada por mais de 100 países em seus programas nacionais de vacinação e vários deles já possuem estudos de impacto desta estratégia com resultados positivos no que diz respeito a prevenção e redução das doenças ocasionadas pelo vírus HPV (câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe e verrugas genitais)”. A mensagem, enfatiza, que “no entanto, apesar da segurança e efetividade dessa vacina, são preocupantes os dados de cobertura vacinal, especialmente os referentes a segunda dose e no sexo masculino, resultando assim, em um maior contingente de não vacinados no país, e sem a proteção devida para as infecções causadas pelo HPV e seus efeitos deletérios”.
A vacina contra o HPV começou a ser incorporada no SUS em 2014. Agora, passa a ser aplicada, em duas doses, em meninas e meninos, entre nove e 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias), e em grupos com condições clínicas especiais até os 45 anos (vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos).
Autora:
Fernanda d´Avila