É fato que estamos imersos cada dia mais no mundo globalizado, em que as relações humanas e de comunicação estão se propagando na velocidade da luz. Era impensável tempos atrás falarmos de conexão remota, vídeo chamada, lousa digital, tecnologia 5G entre outros atrativos eletrônicos que já se encontram em nosso meio e tantos outros por virem ainda.
É, velocidade nos dias de hoje realmente é tudo, tanto na questão da conectividade, quanto no campo da responsabilidade de quem comanda as organizações. Responsabilidade? Como assim?
Pois bem, não existiria esta grande revolução tecnológica se não houvesse escola, aprendizado, incentivo, gestão e liderança entenderam? Assistimos de forma rotineira através dos meios de comunicação que as escolas, principalmente as públicas estão sucateadas Brasil afora, ou seja, falta os investimentos e a valorização necessários para que tal processo de avanço nas mais diversas áreas do conhecimento se concretizem verdadeiramente. Mas, mesmo em condições tão adversas e quase sempre desfavoráveis é a única instituição capaz de promover toda esta mudança tão sonhada, desejada e esperada.
Mais e daí? O que isto tudo tem a ver com o esquema de liderança proposto no tema do artigo? A resposta é bem simples: tem tudo e mais um pouco. Temos a visão de dois tipos de lideranças: aquelas que são “natas” e as que são “formadas” pelas circunstâncias e ocasiões nas quais cada profissional encontra-se inserido profissionalmente. Trocando tudo isso em miúdos, a liderança nata podemos considerar como sendo aquela inerente à pessoa desde o seu nascimento e que se desenvolverá no decorrer da vida de forma espontânea. Em escolas, percebemos isto facilmente dentro das salas de aulas por exemplo, com aqueles alunos que de forma voluntária ou não, movidos pelo impulso natural da liderança, conduzirem outros colegas tomando a frente na resolução de conflitos, de trabalhos escolares ou criando situações divergentes que geram desconforto por simplesmente pensarem diferente dos outros, inclusive dos próprios professores. Pensar diferente faz parte do contexto e deverá ser considerado dentro daquilo que couber.
Já a liderança “formada” é aquela que na convivência com outros líderes natos buscam a excelência onde atuam, são inquietos geralmente, mais ainda não descobriram o seu potencial de conduzir um grupo, necessitando de uma Upgrade para que o seu trabalho possa fluir com mais facilidade. Deixemos bem claro neste artigo, que liderar nada tem a ver com mandar e sim em conquistar pessoas para que as mesmas deem o seu melhor naquilo que fazem certo? Outra conclusão que chegamos, que não é qualquer pessoa que se encaixa em liderança. Muitos desejam serem líderes, porém, poucos poderão exercê-la.
Mas qual seria o tipo ideal de liderança exigida pela sociedade moderna, tecnológica e globalizada? A resposta pode ser proferida como sendo os dois tipos, tanto o líder “nato”, quanto o “formado”, cada qual com suas peculiaridades e desenvoltura dentro das organizações que atuam. O importante é que não tragam dentro de si verdades prontas e engessadas, que se reconheçam como seres em construção e que ao exercerem sua liderança aprendam também com os seus liderados.
É fato que existem variados tipos de lideranças em contextos diferentes, mas o que não se pode perder de vista jamais é de que a sociedade moderna requer líderes com olhar futurista, que sejam extraordinários nos seguimentos que atuam, que se destaquem por possuírem visão holística frente as Softs Skills que em sua definição nada mais é do que saber comunicar-se, possuir flexibilidade e resiliência, saber trabalhar em grupo, criatividade e proatividade, além também da Hard Skills que são as habilidades de aperfeiçoa-se constantemente em cursos de capacitação, por exemplo.
É bem interessante uma liderança pautada nas características acima, pois, só assim poderá influenciar sua equipe para a produção coletiva, criando conexões não somente tecnológicas, mas formando a principal delas: CONECTANDO VIDAS. Esta forma de agir e de pensar dos líderes fazem seus liderados se sentirem importantes por fazerem parte de um todo. Os elogios devem sempre serem coletivos, e as orientação técnicas e profissionais em separado.
Mais até agora este artigo não se falou nada efetivamente sobre escolas. E quem disse que não? Imaginem vocês qualquer instituição, incluindo a escola sem um bom líder? Falar apenas de gestão não basta, tem que haver qualidade naquilo que se faz. Outra reflexão: conseguiremos alcançar sucesso nas organizações com uma liderança engessada no passado e com verdades prontas e formuladas conforme a conveniência de cada um? Acreditamos que toda esta transformação tecnológica que estamos vivenciando, a globalização e tantos outros, não tenha surgido de líderes sem visão de futuro correto? Com o timoneiro escolar também não é diferente, tem que estarem comprometidos o tempo todo com as Softs Skills e com as Hard Skills.
O que um gestor de uma organização não deverá fazer em hipótese alguma será o de dividir sua equipe entre fracos e fortes, aqueles que sabem muito ou um pouco menos. O que deve ser feito é estimular todos de igual maneira para que produzam aquilo que sabem dentro do campo das suas limitações individuais. Firmando estes padrões de estabilidade, está garantida o sucesso de todos, e, por conseguinte o da organização.
E para finalizarmos nosso artigo, citaremos o seguinte fragmento do grandioso Voltaire: “o valor dos grandes homens mede-se pela importância de seus esforços prestados à humanidade”, e somente líderes bem formados e engajados em uma sociedade em constante transformação poderá proporcionar as oportunidades necessárias para o nascimento e crescimento das grandes personalidades que transformarão o mundo no futuro.
Autor:
Luciano Bissóli
Diretor de Escola no município de Paulo de Faria/SP.
Professor de Educação Básica I e II, Graduado em Biologia pela Unifev em Votuporanga/SP, em Pedagogia pela Universidade de Uberaba/MG, Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano em Batatais/SP, Pós-graduação Lato-Sensu em Gestão Escolar pela Faculdade Reunida de Ilha Solteira/SP e em Psicopedagogia Institucional pela Universidade de Uberaba/MG. Aluno matriculado na UNESP (Universidade Estadual Paulista) cursando disciplina introdutória para Mestrado Campus São José do Rio Preto/SP. Viajante Brasil afora afim de verificar as diferenças sociais e regionais na área educacional. Viagem a Europa com a mesma finalidade