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Vamos abrir a relação?

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Em entrevista para o programa da cultura “Provocações” a psicanalista Regina Navarro Lins, falou, entre outros temas, sobre as novas formas de relacionamento, como o aberto.

Embora tenha concordado com grande parte da sua explanação, gostaria de pontuar algumas questões, que entendo relevante e pouco falada por quem defende a liberdade de escolha no tocante aos tipos de relacionamentos adotados.

Não tão novo assim, porém atualmente mais disseminado de forma explicita, principalmente por artistas e pessoas influentes, a modalidade do relacionamento aberto é uma forma de dizer não a monogamia, católica/cristã.

E não há nada de errado nisso. Cada casal deve ter autonomia para delimitar as regras do relacionamento, seja aberto ou fechado.

E já não era tempo.

Precisamos ter autonomia para nossas escolhas, de forma consciente e livre.

E quando envolve mais de uma pessoa, como no caso dos relacionamentos amorosos, nada mais digno, que as partes tenham liberdade entre si para optarem, qual o melhor caminho a seguir, de forma clara e consciente.

Infelizmente, o que vemos são relacionamentos aberto unilateralmente, ou seja, é aberto apenas para uma das partes.

Penso, que o combinado não sai caro, e que se é bom para o casal, quem irá dizer o contrário?

Precisamos nos desapegar desta necessidade de se criar regras comportamentais, que podem ser boas para algumas e nada agradável para outras.

E, aqui, falo das regras sociais em relação aos relacionamentos amorosos.

É claro que a sociedade necessidade de parâmetros e limites, mas este é tema para um outro artigo.

Foquemos nos relacionamentos amorosos.

Porém, o ponto em que descordo dos defensores da poligamia em geral, é querer incutir a mesma regra da monogamia, quero dizer, se a monogamia não deve ser o parâmetro, tão pouco a poligamia.

Cada um deve saber de si, e na ausência deste saber, buscar obter esse conhecimento sobre o que lhe move, o que anseia, o que é bom para si e, conhecedor deste saber, dialogar e decidir o que é melhor para o relacionamento vigente.

Sim, porque cada relacionamento é um e as regras que valem para o de hoje, pode não valer para os de amanhã, e vice e versa.

Assim, deveriam os poligâmicos não cometerem os mesmos erros dos monogâmicos e achar que suas regras ou a falta delas, sejam melhores do que as dos demais.

Afinal, essa busca pela essência do ser humano, se é monogâmico ou poligâmico, se nosso organismo é preparado para um ou outro relacionamento, com todo respeito, é pura balela.

Somos o que queremos ser, com quem queremos e da forma que queremos. (desde que não ofenda as leis vigentes ou prejudique terceiros ou cause danos, salvo se você for político, ou membro de um dos três poderes ainda existentes, neste caso o texto não se aplica a você).

Monogâmico ou poligâmico? o que importa é o respeito entre os envolvidos, o diálogo entre eles e acima de tudo a parceria e comunhão que precisa existir entre os envolvidos em um relacionamento amoroso.

Chega de contos de fadas, amor romântico como bem pontua a psicanalista, chega de ilusões que incutem em nossas cabeças e só serve para alimentar sofrimento.

Ensinemos o que é importante, o respeito, o diálogo, o autoconhecimento.

Só não vale relacionamento aberto unilateralmente, porque ai…. bem … ai já é sacanagem….

Autora:

Pamela K Santana

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