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“….Deixem Os Mortos Sepultarem Os Seus Mortos…”.

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Jesus viu a multidão em volta dele e mandou os discípulos irem para o lado leste do lago. 19 Um mestre da Lei chegou perto dele e disse:

— Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for!

20 Jesus respondeu:

— As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos Mas o Filho do Homem não tem onde descansar..

21 E outro, que era seguidor de Jesus, disse:

— Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.

22 Jesus respondeu:

— Venha comigo e deixe que os mortos sepultem os seus mortos. (Evangelho de Mateus, Capítulo 8:18-21).

Há um provérbio chinês, que diz o seguinte: “Quando terminar a partida, tanto o Rei como o Peão irão para a mesma caixinha”. Amanhã, 2 de Novembro, a palavra: “In Memoriam” se tornará fatídica para muitos, os quais, em decorrência de várias circunstâncias perderam seus ente queridos, pessoas que de maneiras diversas, cada qual, a sua própria maneira de ser e de viver deixaram suas marcas, na lembrança daqueles, com os quais viveram.

Palavras devem ser entendidas dentro de seus próprios contextos, além de que; uma palavra mal empregada poderá traduzir, não o que está incutido em seu sentido original, e isso, muitas vezes; traspassa os objetivos de seu uso, como também, de sua aplicação. Na linguagem teológica, a Hermenêutica, se incumbe de dar a palavra, a sua própria interpretação, e uma das regras, simples e básica, na interpretação dos textos bíblicos é “deixar que a Palavra fale por si mesma”. Até hoje, após 1600 anos, desde que, o texto bíblico foi formado, ainda há; seus “críticos” proponentes da “Alta Crítica”, os quais tentam dizer: “A Bíblia diz”, quando na verdade, não é ela quem o diz, mas sim; ele é quem o está dizendo. E neste contexto, muitos atribuem a este texto, algo que ele não está dizendo. “Deixem os mortos” sepultarem os seus mortos. O que Jesus estava querendo nos dizer com isto? Uma boa maneira de se compreender o que é, é assinalando primeiro, o que não é.

A) Não é uma proibição, no sentido de não poder sepultar, no caso em questão, o seu pai. V.21..

B) Não é uma desconsideração de Jesus para com a partida de alguém. V.21

C) Não é pouca importância de Jesus para com a morte, pelo contrário. V.22

” Venha Comigo e Deixem que os mortos sepultem os seus mortos” V.22

O Que Jesus Quis Dizer?

Jesus se refere à dois homens neste texto, um que o queria seguir (Mestre da Lei) v. 19 e outro, que já o seguia, o qual, desejava primeiro ir sepultar seu pai, v. 22. Jesus sabia muito bem, o sentido real de uma perda, tanto é; que dentre às três vezes nas quais é mencionado seu choro; uma delas foi no sepultamento de Lázaro, no qual; ele o ressuscita, onde Maria, o questiona em referência ao fato de ele não estar ali, quando Lázaro faleceu. O tempo de Jesus não é o nosso tempo, e nem a maneira como Jesus percebe e interpreta muitas coisas, relacionadas à vida, ás pessoas e ao próprio mundo. Isto também fica claro, neste texto e contexto.

Amanhã ou hoje, 2 de Novembro, muitas pessoas pensarão em pessoas queridas, as quais, se foram deixando um rastro de lembrança e saudades. Como diz bem o provérbio chinês: “Quando terminar a partida, tanto o Rei como o Peão irão para a mesma caixinha”. No entanto, Jesus olha muito além, de nossa capacidade de enxergar, á isto, se inclui, tanto a vida como a morte. Ou seja; quando eu, você, e todos aqueles que nós amamos forem colocados dentro dessa “caixinha”, onde estará á alma? pois, após o término da partida “debaixo do sol”, uma nova “partida” se iniciará, ou seja, na eternidade, ou estaremos para sempre com Cristo na eternidade, ou; a eternidade será separadamente de sua presença, comunhão e adoração. Há tantas coisas que nos preocupam aqui na terra, que quando se chega na “caixinha”, nenhuma delas terá valor algum. “… O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Evangelho de Marcos, Capítulo 8,v.36. Há pessoas as quais serão lembradas pelas coisas que adquiriram, enquanto vivas: Dinheiro, Fama, Posição Social e grandes riquezas, outras; pela riqueza de uma vida rica, mas de uma riqueza incomparável, isto é; uma riqueza, riqueza! construída pelo amor, amor daquele que nos amou primeiro, isto é, Cristo.

“Venha comigo e deixem que os mortos sepultem os seus mortos”. v.2

Jesus fez uso daquilo que se chama, um “Hebraísmo” usando uma figura de linguagem, com o objetivo de mostrar uma verdade. Jesus lembra da necessidade de que, os que estão vivos, porém; “mortos” em delitos e pecados, como apresenta o apóstolo Paulo, no segundo capítulo da Carta aos Efésios, olhem para a necessidade de receberem vida, não no seu sentido natural, mas; na vida eterna, aquela vida que te tira da “caixinha” e faz, com que você esteja eternamente na presença de Deus. Pois, …Aquele que crê em mim tem a vida eterna”. Você tem apenas a vida que acaba, física, que termina de uma maneira bem factual, como dizia o profeta Isaías: “seca-se a erva e cai a sua flor, mas a Palavra de Deus permanece para sempre” Livro do Profeta Isaías, Capítulo 40. v.7. Ou como bem disse Tiago: “… A vida é como uma fumaça que logo se desvanece” Epístola de Tiago, capítulo 4:14. Todos estávamos mortos em delitos e pecados, para muitos, o verbo no passado corresponde sua realidade, para outros, o verbo no presente, representa a figura que Jesus usou: “… deixem os que estão mortos, continuam mortos, sepultarem os seus mortos, porém; os que morreram em Cristo não estão mortos, mas ressuscitarão com Cristo para a vida eterna.

Hoje, se ouvirdes a minha vós não endureçais o vosso coração. “… Crede em Deus, creia também em mim, na casa de meu Pai, há muitas moradas”. Em outras palavras, Jesus diz: Creia em mim e terei um lugar reservado para você!

Amém!

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O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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