Início Colunas Os Picaretas do Espírito.

Os Picaretas do Espírito.

0

“Proclama a Palavra insiste no tempo oportuno e inoportuno, refuta, ameaça e exorta, com toda paciência e doutrina, porque, haverá um tempo, em que alguns não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como se sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres, desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas, tu porém, sê sóbrio em tudo, suporta o sofrimento, faze o trabalho de um evangelista, realiza plenamente o teu ministério”. (Bíblia de Jerusalém) II à Timóteo. 4:2-05.

É interessante, que o apóstolo Paulo, separado para pregar o Evangelho aos Gentios, tenha que lembrar algo, que na vida de pastores deveria ser uma coisa óbvia. No entanto; tanto nos dias do apóstolo Paulo, como nos dias de hoje; nem tudo que parece óbvio é óbvio de fato. Tanto é verdade, que se faz necessário admoestar ao seu “filho” Timóteo, a pregar a Palavra independentemente do tempo, isto é; fazer de todo o tempo, uma oportunidade para anunciá-la. Porém; o que se tem pregado nos dias de hoje, realmente é a Palavra de Deus? Nunca estivemos tão carentes de “pastores” comprometidos com a Palavra, e mais ainda; conhecedores da Palavra. Luís Felipe Pondé (Filósofo, Professor e escritor) em seu livro, Filosofia para Corajosos, usando o pensamento de Friedrich Nietzsche diz: “Filosofia na primeira pessoa”, aquilo que Nietzsche chama de “sua própria Língua”, isto é; ter a sua própria conceituação e interpretação filosófica. Será, que esta ideia não caberia muito bem, se emprestada à Teologia? Ou será, que não estamos vivendo um tempo, em que; cada pastor, cada Igreja, cada denominação tem criado à sua própria Teologia? As bases da Reforma, que muitos a interpretam, como “contra Reforma”, que é de fato; uma contra reforma e não uma reforma. Onde se apregoou de que; “Igreja reformada, sempre se reformando” não deu vazão à que, cada um faça por si só , a sua própria interpretação? E, esta “liberdade” hermenêutica e interpretativa transformou ou melhor, está transformando à Bíblia, em um livro que venha atestar convicções, Teologias e interpretações, totalmente, dissociadas daquilo que realmente, Deus quis e continua dizendo? Sem querer dizer o nome do santo, mas dizendo a reza. Vi um pastor famoso nos meios sociais, um verdadeiro “Coaching” da fé; onde a pregação e o público, em suas reações, não diferenciava em nada, às melhores Stand-up. Apresentada, no Comedy Central. Outros, parecem mais, “ilusionistas da fé”, os quais; usando técnicas “psicológicas” de indução, com forte influências Neuro-linguísticas criam verdadeiros “Aiatolás” cristãos. Enquanto isto; a Palavra que é como: “Uma semente, incorruptível e incontaminável, sucumbe diante de “Pseudo” pregações, que mais parecem, seções de “descarrego” da pobreza, mental e espiritual, no vislumbrar de um cristianismo materialista de ilusões. A revista Forbes, que o diga! Sem contar os momentos de histerias coletivas, em cultos, que parecem mais seções de Umbanda, do que; um culto ao Deus que tudo criou. Com o aumento brutal da quantidade, a qualidade tem sucumbido. Hoje ser pastor é como ser um “entregador delivery” é rápido, instantâneo e inconsistente. O que dizer então dos cursos de teologia aos montes? Não é apenas bar que se vê em cada esquina, cursos de teologia também! Uma verdadeira “Guerra dos Canudos”. Porém, num mundo de tantas inconsistências, tantas banalizações e tanta, liquidez; como salienta Bauman, que diferença faz mais uma; dentre tantas outras? O fato; é que é preciso voltar ao primeiro amor, e o amor primeiro de todo filho de Deus, nascido e gerado, por meio de sua Palavra; cuja presença do Espírito de Deus, o faz e faz, de sua Palavra, seu “pão” diário. As pessoas estão cada vez mais embrutecidas dentro delas mesmas, e este embrutecimento, é algo que vem de suas próprias lideranças. Hoje, parece que nada mais toca, nada mais choca, e as pessoas estão se acostumando, não apenas a contar os seu mortos, vítimas da Covid-19, mas também, estão se acostumando com o evangelho, que Paulo o chamou, de o “outro” Evangelho. Ai Igrejas por meio de seus líderes poderiam e deveriam, colocar sua logística em prol das autoridades prestando um grande serviço à nação, uma vez que; possuem templos bem situados e estruturados. Ao contrário disto, muitos pastores deixaram de pregar o evangelho para substituí-lo, pela “Boa Nova” da Política. O Evangelho de Cristo não é apenas oração, mas é também, ação, atitudes de humanidade pela sociedade que é composta pelo nosso próximo, aquele mesmo que Jesus disse: “Amarás o teu próximo como a si mesmo” . Imagine um Moody no dias de hoje, que não pegava no sono, sem antes “pegar” uma alma para Jesus? Um Whitefild, o que dizer de um Spurgeon então? Que Deus levante mais pregadores, com a cara, o amor pela sua Palavra e com o caráter do Pai. Isto é; “Eu e o Pai” somos um!

Artigo anteriorO Cidadão Comum E O Gerenciamento De Crises
Próximo artigoMesmo Que Ela Não Saiba
O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile