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segunda-feira, 22 de julho de 2024

700 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados no mundo

Julho Verde faz um alerta para a doença que pode ser silenciosa

Você sabia que as aftas na boca que não cicatrizam, alterações na voz por mais de 15 dias e até mesmo uma dor de garganta que persiste mesmo com remédios podem ser sinais de alerta para o câncer de cabeça e pescoço?

O mês de julho traz a conscientização para essa doença que tem 90% de cura quando identificada precocemente, mas que por ter sintomas comuns a outras patologias, é passível de diagnóstico tardio em 60% dos casos, com impacto negativo na sobrevida do paciente.

Para o Dr. Ullyanov Toscano, médico-cirurgião de cabeça e pescoço da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o diagnóstico da patologia deve ser feito por um especialista através de exames específicos.  

“Avaliação clínica da cavidade oral, ressonância magnética e tomografia são os mais constantes. A confirmação da doença será enfatizada pela biópsia”, pontua o médico.

Os tumores se localizam em regiões da boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, seios paranasais, fossas nasais e glândulas salivares. Anualmente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) registra cerca de 40 mil novos casos de tumores localizados na cabeça e pescoço no Brasil. Os malignos correspondem a 3% de todos os tipos de câncer e é o quinto mais comum entre os homens, com cerca de 10 mil mortes por ano no país.

O tabaco é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. Já o álcool, associado ao fumo, aumenta em cinco vezes o risco para doença nessa região. A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) também tem contribuído para o aumento na incidência da doença em jovens nos últimos anos, em virtude da falta de uso de preservativos na prática do sexo oral, por exemplo.

Para o Dr. Ullyanov Toscano, é importante se atentar aos sintomas e procurar um médico.

“Manchas brancas ou avermelhadas na boca, que podem ser acompanhadas de dor e sangramento; feridas na boca que não cicatrizam; nódulo no pescoço, que pode ser sentido ao apalpar; rouquidão ou alteração na voz por mais de 15 dias; dor de garganta que persiste mesmo com medicamentos; tosse contínua; dor ou dificuldade para engolir e respirar; dor no ouvido e de cabeça podem ser sinais da patologia”, comenta.

Para prevenir o aparecimento da doença, evite o tabagismo e consumo de álcool em excesso, use preservativo durante o ato sexual, vacine-se contra o papilomavírus humano (HPV); mantenha uma alimentação equilibrada, pratique uma atividade física regular, preserve a higiene bucal e vá regularmente ao dentista.

A Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço declarou 27 de julho como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço com o objetivo de chamar a atenção sobre cuidados e controle efetivos desse tipo de câncer – o sexto tipo mais comum, globalmente, mas que recebe menos de 2% de financiamento para pesquisa. Anualmente, cerca de 700 mil novos casos são diagnosticados no mundo.

Ullyanov Toscano: Graduado em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutorado em ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é médico-cirurgião de cabeça e pescoço da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cirurgião de cabeça e pescoço do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tem experiência nos seguintes temas: tumores de cabeça e pescoço, carcinoma espinocelular, cirurgia de cabeça e pescoço, robótica e carcinoma basocelular. 

Autora:

Jéssica Leiras

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