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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Especialistas alertam para o aumento de doenças respiratórias em função de mudanças climáticas

Médicos dão dicas de como enfrentar os eventos meteorológicos extremos

O inverno está chegando e esta época do ano exige cuidados especiais, sobretudo com as vias respiratórias. A redução das chuvas, característica da temporada outono/inverno, resulta em queda na umidade relativa do ar e contribui para o aumento de partículas em suspensão no ar. “A redução da umidade provoca irritação e desidratação das mucosas das vias respiratórias. E a falta de chuvas deixa o ar mais impuro. Além disso, o tempo mais frio reduz o movimento dos cílios, que são as estruturas responsáveis por expelir partículas e secreções das vias aéreas”, explica José Luiz de Jesus, pneumolo gista do Hospital São Vicente de Paulo. Ele esclarece que essas secreções, produzidas naturalmente pela mucosa do trato respiratório, funcionam como um mecanismo de defesa, no entanto, podem se acumular em excesso e servir como substrato para infecções virais e bacterianas.

Outro fator que favorece a disseminação de doenças nesta época do ano é que, devido às condições climáticas predominantes, é comum que as atividades sejam realizadas em ambientes fechados, facilitando a transmissão de agentes infecciosos. “Além dos vírus, as bactérias também podem se aproveitar dessa situação”, alerta a pneumologista Débora de Oliveira, que lista alguns dos problemas mais comuns em épocas de tempo seco e ‘mudanças de tempo’, além das viroses, como gripes e resfriados. “Outros problemas respiratórios como rinite, asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) costumam piorar neste período, quando também aumentam os casos de pneumonia”, esclarece a especialista.

Débora orienta que caso os sintomas provoquem desconforto e limitações das atividades dos pacientes ou persistam sem apresentar melhora, o melhor a fazer é buscar ajuda médica. Entre os grupos mais vulneráveis estão, além de quem já tem alguma doença respiratória, pacientes que por algum motivo apresentam imunidade mais baixa, seja por doença sistêmica mal controlada, como diabetes e câncer, por uso de medicamentos, como imunossupressores, ou até mesmo a idade.

Os especialistas destacam medidas que podem ser adotadas para minimizar os efeitos das baixas temperaturas na saúde: manter-se bem hidratado; lavar as vias aéreas superiores com soro fisiológico para hidratação e remoção de secreções e impurezas das vias respiratórias; umidificar os ambientes com uso de aparelhos próprios ou de vasilhas com água e manter boa ventilação do ambiente.
 
Cuidados com a pele
Já notou que no inverno a pele costuma descamar e ficar sem viço? Essas reações têm a ver com a baixa umidade do ar e a queda da temperatura, o que consequentemente nos leva a usar roupas mais pesadas, a consumirmos menos água, a tomarmos banhos quentes e mais demorados e optarmos por ambientes menos arejados. Essa sucessão de ações interfere na capacidade da pele reter líquido e reduz a sua oleosidade natural. Conclusão: o tecido perde o manto hidrolipídico, que serve como barreira protetora. “Sem a camada de proteção, a pele fica exposta às doenças dermatológicas e começa a apresentar irritação, dermatite e outros problem as ocasionados pelos agentes externos”, explica a dermatologista Fernanda Souza, responsável pelo setor no Hospital Badim.

Segundo a médica, a barreira cutânea é formada por gorduras que protegem e hidratam a pele, simultaneamente. “Sem essa camada mais externa, a pele fica ressecada e começa a descamar”, associa. A médica explica que o manto hidrolipídico tem um papel ainda mais preponderante, o de impedir que as doenças dermatológicas se alastrem pelo organismo, pois ele mantém o equilíbrio do PH da pele que contribui para a ambientação do microbioma (fungos e bactérias do bem), eficaz na proteção da pele. 

Preservar o manto hidrolipídico das intempéries do inverno é o segredo de manter a pele bonita e saudável durante toda a estação. As dicas para isso são: evitar banho muito quente e demorado, pois retira a camada protetora de gordura natural da pele, deixando-a desidratada; optar por sabonetes hidratantes e menos abrasivos; usar hidratantes, especialmente após o banho quando é melhor absorvido; optar por roupas de algodão, que evitam alergias e irritações; secar bem os pés para evitar as micoses em unhas e entre os dedos, especialmente ao usar meias; manter a higiene adequada do couro cabeludo para evitar que a oleosidade excessiva do cabelo desça para o rosto, provocan do acne.

Autora:

Jaqueline Pimentel

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