Não adianta demonizar um jovem desajustado que entra em uma escola atirando, ele é o reflexo da sociedade disruptiva em que vivemos. Os professores não estão preparados para lidar com essas crianças que estão a ponto de implodir, a saúde mental é um problema que foi agravado pelo confinamento de dois anos, o Brasil é campeão em ANSIEDADE e DEPRESSÃO, qual a saída eles encontram? Falar com outros igualmente adoecidos em espaços na internet, onde se idolatram todo tipo de atrocidade, como nazismo, matança de animais, cometem abusos, entre outros absurdos. SIM ISSO É REAL, muitos estão perdidos e isolados. Ser mãe de adolescentes e ter um diálogo com eles, me permite saber sobre essas coisas. Aquele escândalo do Discorde é uma ponta do Iceberg.
É preciso criar políticas públicas para levar esse debate às Escolas, o perfil dos jovens que atentam contra a vida de outros ou contra a sua própria aumentou absurdamente, os índices de suicídio ou automutilação não são divulgados. Em geral os jovens sofrem Bullying, seus pais não sabem de nada sobre eles, vivem no quarto, na internet, teoricamente a salvos, só que não, a internet é um mundo sem barreiras com muitos lugares sombrios e tóxicos. Um filho hoje que não sai de um quarto pode estar correndo risco de vida. É preciso políticas públicas imediatas. ALFABETIZAÇÃO DIGITAL, para os jovens, para os Professores e para a família. É preciso falar disso, combater as sombras invisíveis que habitam as Redes sociais, a Deep web. Transformar o gosto do jovem pelo computador em algo construtivo, os games são uma indústria bilionária e o talento desses jovens está sendo desperdiçado por falta de acesso, preconceito e políticas direcionadas. Não estou demonizando a internet, muito pelo contrário, estou denunciando o SILÊNCIO das ESCOLAS, do poder público e dos pais, sobre as dores desses jovens. Neste mundo turbulento e hiper conectado, a juventude reflete não apenas suas próprias complexidades, mas também a sombria teia da sociedade em que cresce. Um jovem perturbado que se torna uma ameaça em uma escola é um sintoma, não um ponto de partida. A saúde mental, já fragilizada pelo isolamento prolongado, precisa de socorro, mas o Brasil, ironicamente líder em ansiedade e depressão, permanece em silêncio. Mergulhados em um oceano digital, esses jovens buscam comunidades virtuais, onde encontram consolo em meio à escuridão. A internet é vasta e repleta de lugares tóxicos, onde ideias nefastas florescem. Como mãe de adolescentes, vislumbro o que acontece nas sombras da rede, e o escândalo do Discord é apenas a ponta do iceberg.
É imperativo que políticas públicas alcancem as escolas e forneçam o apoio necessário. O aumento de jovens que atentam contra suas vidas ou as de outros é alarmante, mas raramente se noticia. O bullying é uma realidade, frequentemente oculta dos olhos dos pais, à medida que os filhos se refugiam em quartos e telas. Esta suposta segurança é uma ilusão, já que a internet é um mundo sem fronteiras e perigoso. A solução começa com a alfabetização digital, não apenas para os jovens, mas também para os professores e as famílias. É essencial encarar as sombras que habitam as redes sociais e a deep web. Em vez de desperdiçar o potencial desses jovens talentosos, é hora de oferecer oportunidades construtivas.
Não estou demonizando a internet; estou chamando a atenção para o silêncio que envolve as dores de nossa juventude. Nossas escolas, governos e pais precisam enfrentar a realidade e estender uma mão de apoio à geração digital, antes que mais almas se percam nas profundezas dessa teia invisível.
Autora:
Ana Virgínia Araújo de Medeiros