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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

As Mudanças Revolucionárias na Fabricação, Resultantes do Design de Produtos e Serviços

Quando Ocorrem Mudanças Revolucionárias na Fabricação de Novos Produtos? Qual Foi a Consequência da Democratização da Internet? O Que Provocou a Popularidade das Câmaras Digitais?

Mudanças revolucionárias ocorrem quando alguns setores de atividades se democratizam ou quando são arrancados das mãos exclusivas de empresas, governos ou outras instituições e acabam se tornando acessíveis às pessoas comuns.

Pode-se dizer que já vimos esse filme antes, pois ele ocorreu pouco antes de algumas indústrias monolíticas se fragmentarem sob a pressão de inúmeras pequenas startups, em áreas tão diversas quanto música e jornais, por exemplo.

“Reduza as barreiras de entrada e a multidão irrompe” ([1]). Esse é o poder da democratização, pois ela põe as ferramentas nas mãos das pessoas que sabem usá-las melhor. Em verdade, todos nós temos nossas capacidades, habilidades, ideias e, se todos tivermos a capacidade de usar ferramentas para atender a essas necessidades, exploraremos toda a extensão do que aa ferramentas são capazes de produzir.

Observamos que a Internet democratizou a editoração, o broadcasting e as comunicações e, a consequência disso, foi o maciço aumento da variedade tanto das formas de participação, quanto dos tipos de participantes em tudo o que é digital.

Durante grande parte do século passado, a variedade natural e as escolhas disponíveis em produtos como música, cinema e livros, eram limitadas pela “capacidade de carregamento” dos sistemas de distribuição das lojas físicas, dos canais de broadcasting e dos cinemas megaplex.

Porém, depois que esses produtos passaram a ser oferecidos online – com ilimitado “espaço nas prateleiras” – o aumento da demanda foi mera consequência: _ acabou o monopólio do blockbuster; isto é, do grande sucesso, do campeão de audiência do hit.

Resumindo: _ nossa espécie é muito mais diversificada do que parecia, com base nos mercados do século XX. A limitada variedade de lojas da nossa juventude refletia as características econômicas do varejo daquela época, não a verdadeira diversidade das preferências humanas. Todos somos diferentes, com desejos e demandas diferentes e, a Internet agora tem espaço para todos, muito além do que permitiam os mercados físicos.

Evidentemente, o fenômeno não foi apenas digital, pois a Internet também alongou a cauda dos mercados de produtos físicos para os consumidores. Porém, ela o fez revolucionando a distribuição e não a produção.

Para os bens físicos, o século XX limitava as escolhas como resultado de três (3) gargalos de distribuição – só se conseguia comprar o que passasse por três (3) testes. Os produtos deviam ser bastante populares para:

  • Serem produzidos pelos fabricantes.
  • Serem oferecidos pelos fabricantes pelos consumidores.
  • Serem encontrados pelos consumidores.

Observação: Conforme demonstrou a Amazon, a Web ajudou a superar as duas últimas barreiras, depois que os produtos passam pelo portão da fábrica.

Primeiro, a Amazon e outras, que usavam depósitos de distribuição centralizados e que adotaram práticas de armazenamento distribuído – na forma de captação e de remessa dos pedidos para outros comerciantes – passaram a ofertar muito mais produtos do que qualquer varejista físico.

Segundo, a mudança para buscas online como mecanismo de pesquisa, possibilitou que se encontrassem produtos cuja popularidade não fosse suficiente para serem oferecidos pelos varejistas tradicionais de tijolo e cimento.

Enquanto isso, a eBay inovava da mesma maneira em relação a bens usados, ao mesmo tempo que surgiam inúmeros varejistas especializados na Web e, por fim, a Google reuniu todos eles na ferramenta mais completa para encontrar alguma coisa.

Devemos nos lembrar que a verdadeira revolução da Web não consistiu em oferecer muitas coisas, com maior variedade, mas em criar condições para fazermos nossas próprias coisas, a serem oferecidas a outras pessoas.

A popularidade das câmaras digitais provocou uma explosão de vídeos que podiam ser distribuídos pelo You Tube e, as ferramentas digitais desktop, fizeram a mesma coisa com a música, com a editoração e com o desenvolvimento de softwares. Daí qualquer pessoa seria capaz de fazer qualquer coisa, desde que tivesse talento suficiente para tal.

No caso da Web, a “coisa” era e é criatividade e expressão, em forma digital: _ palavras, imagens, vídeos e semelhantes. Ela não compete com produtos comerciais por dinheiro, mas sim, por tempo. Um blog não é um livro, mas no fim das contas, é outra maneira de divertir e informar.

Portanto, a maior mudança da última década foi o aumento no tempo que as pessoas passaram a dedicar ao consumo de conteúdo profissional. Dessa forma, a ascensão do Facebook, do Tumbir e de todos os demais congêneres representa nada menos que deslocamento maciço da atenção das empresas de conteúdo comercial do século XX, para as empresas de conteúdo amador.

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([1]) ANDERSON, Chris. “A Nova Revolução Industrial: Makers”. Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2012 (p72)

https://www.facebook.com/juliocesar.s.santos

Julio Cesar S Santos
Professor JULIOhttps://profigestaoblog.wordpress.com/
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial, especialista em Marketing Estratégico

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