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O Mundo Precisa “Chorar”.

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Nunca ouvi dizer que um bebê ao nascer tenha vindo ao mundo sorrindo, muito pelo contrário; o choro do bebê é uma forma de dizer: “estou respirando!”. Cientificamente falando é uma forma da criança expelir o líquido amniótico que está dentro dela. Há pessoas que passam períodos imensos sem chorar. Como afirma um hino cantado congregacionalmente: “O chorar não salva, nem o lagrimar sem fim…”. Neste sentido, o hino está correto, mas no mundo em que vivemos estamos a beira do abismo: afetivo, emotivo e emocional, porque não sentimos o peso de nossas escolhas e muito menos respondemos por nossas “responsabilidades”. ou melhor; “irresponsabilidades”. Estamos tão acostumados com a barbárie, que um corpo estendido no chão, pouca coisa passou a nos dizer. A Mídia torna o “corpo” como se o mesmo fosse parte da camada asfáltica, e como na parábola as pessoas estão passando de largo diante do sofrimento alheio, em palavras mais apropriadas o homem tem passado “de fininho” diante do outro que de forma explícita agoniza diante das inúmeras e incontáveis mazelas da existência humana. As cidades estão tomadas, pelo “choro” da dor, da perda e da ausência, principalmente da presença divina. As “pílulas” do disfarce da realidade existencial humana, mascara uma pseudo “alegria”, pois assim como a paz que o mundo dá, a alegria subsequente ás “drogas” socioafetivas que o mundo tem lançado sobre nossa juventude faz com que, a chamada: “boa idade” não seja na realidade tão boa assim! É verdade, que a afirmativa Sheakspeareana, de que: “O choro diminui a intensidade da dor” tenha certa eficácia natural, todavia, Jesus chorou! não com objetivo de diminuir a intensidade da dor, pelo contrário, para mostrar o tamanho de sua dor, em razão da indiferença e incredulidade de Jerusalém.

Jesus chorou por Jerusalém e Deus continua “chorando” pelo mundo! “gememos” como uma forma de interiorizar nossa dor. Nestes dias de carnaval, a carne sorri com máscaras de quem geme por dentro. O carnaval passa como uma sensação alucinógica momentânea, pois após seu efeito, a realidade de uma alma doentia toma o centro das emoções e dos sentimentos humanos. Uma “pausa” nada mais que uma pausa! não é suficiente para encobrir toda uma existência de uma dor alucinante da alma!

Ao contrário da música cantada por Gilberto Gil. “I Dont More Cry” Jesus diz: Chore! Lamente-se! Pranteie-se! e sinta a dor da alma, latejante, crônica e permanente!

Em um vagão de trem, que partia de uma pequena cidade Inglêsa, no banco ao lado; uma jovem chorava de soluçar, ao ver os soluços da moça, o homem que estava sentado próximo dela, se levantou com o intuíto de acolhê-la, no entanto ao se aproximar viu que a jovem chorava em decorrência de uma cena figurada em uma foto novela. Esse homem era o grande pregador Inglês, Charles Haddon Spurgeon, e a moça, é uma dentre tantas, inúmeras, que choram, mas não lamentam, derramam lágrimas, mas não de arrependimento. A natureza de nosso “chorar” traduz a natureza de nossa alma, como também; revela aquilo que identifica nossos corações. O mundo precisa chorar! lamentar! prantear! como sinal de arrependimento. Como forma de confissão e como necessidade da salvação. Não aquela que tem durabilidade definida, espacial, humana e local; mas a salvação que nos faz chorar aqui na terra para sorrirmos na eternidade. O salmo 30 3m su verso 5 traduz bem o que estamos dizendo:

“O Choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Você pode chorar por todos os motivos característicos e específicos deste mundo: “Uma doença”, “Uma demissão do trabalho”, “uma má colocação em um concurso público”, “uma reprovação em um exame”, “a perda de um ente querido”. Nenhum desses motivos e nenhuma dessas razões, será maior do que o “prantear”, “o lamentar” pelos nossos pecados. O mundo precisa chorar!

Teólogo, Historiador, filósofo e Professor: Claudinei Telles.

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O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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