Legislação, recém-regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional, estipula que os juros não podem ultrapassar 100% do valor original da dívida
Está em vigor a nova regra que impõe limites aos juros do chamado rotativo do cartão de crédito. Essas mudanças, aprovadas pelo Congresso no ano passado, estão atreladas ao programa Desenrola Brasil, que possibilita a renegociação de débitos em atraso. A legislação recém-regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional estipula que os juros não podem ultrapassar 100% do valor original da dívida.
Até dia 02 de Janeiro, as taxas do chamado rotativo frequentemente ultrapassam os 400%, chegando a assombrosos 450% ao ano. As alterações buscam trazer mais equidade aos consumidores, evitando que encargos elevados comprometam ainda mais a situação financeira daqueles que recorrem a essa modalidade de crédito.
O programa Desenrola Brasil, por sua vez, visa facilitar a renegociação de dívidas em atraso, proporcionando alternativas mais acessíveis e sustentáveis para os devedores.
Essas iniciativas representam um passo significativo na busca por uma relação mais justa e transparente entre as instituições financeiras e os consumidores, alinhando-se a esforços para promover práticas de crédito mais responsáveis no país.
Nesse contexto, a utilização da máquina de cartão pode se tornar uma aliada estratégica para os consumidores, possibilitando transações mais seguras e eficientes. Ao adotar essa tecnologia, os usuários podem ter um controle mais preciso de suas finanças, evitando o acúmulo de dívidas e, consequentemente, reduzindo os riscos de enfrentar altas taxas de juros.
Veja dicas para evitar o pagamento de juros superiores em 2024:
Como funciona o pagamento mínimo?
A gestão responsável das finanças pessoais é uma preocupação constante na vida moderna, e o mundo dos cartões de crédito oferece diversas opções para lidar com despesas imediatas.
Entre essas alternativas, destaca-se o pagamento mínimo, uma prática que merece atenção cuidadosa. Ele é uma opção oferecida por muitas empresas de cartão de crédito, permitindo que os titulares paguem uma fração do saldo total devido em vez do valor total da fatura.
Geralmente, esse pagamento mínimo é uma porcentagem do saldo pendente, que pode variar de acordo com as políticas da instituição financeira. A funcionalidade deste método reside na possibilidade de aliviar temporariamente a pressão financeira, permitindo que os titulares adiem o pagamento total e optem por liquidar apenas uma parcela, com o restante sendo acumulado como saldo remanescente.
Atrativos e perigos do pagamento mínimo
O pagamento mínimo no cartão de crédito pode inicialmente parecer uma alternativa atraente para quem enfrenta dificuldades financeiras momentâneas. A possibilidade de aliviar temporariamente o fardo financeiro imediato pode ser sedutora, oferecendo um fôlego necessário.
No entanto, é crucial compreender os riscos subjacentes associados a essa escolha. Optar pelo pagamento mínimo pode resultar em encargos de juros substanciais que se acumulam ao longo do tempo, transformando uma solução aparente em uma armadilha financeira.
À medida que os juros são capitalizados, a dívida cresce de maneira constante, comprometendo as finanças pessoais a longo prazo.
Por exemplo, no início do ano de 2023, a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) divulgou que o endividamento havia atingido 77,9% das famílias brasileiras em 2022. O número representa um recorde da série iniciada em 2010, sendo o 4º aumento anual consecutivo.
Como funcionam os juros do pagamento mínimo no cartão de crédito?
Os juros associados ao pagamento mínimo no cartão de crédito são calculados com base no saldo pendente após o pagamento mínimo ter sido efetuado. Geralmente expressos como uma taxa percentual anual, os juros podem variar significativamente de um emissor de cartão para outro.
A aplicação dessas taxas sobre o saldo remanescente resulta em encargos financeiros que podem se acumular rapidamente, transformando uma dívida aparentemente pequena em um fardo substancial ao longo do tempo.
Os impactos dos juros sobre a dívida podem ser avassaladores, contribuindo para o ciclo de endividamento e dificultando a quitação efetiva dos valores devidos.
Outras formas de crédito
Comparativamente, os juros do pagamento mínimo no cartão de crédito tendem a ser consideravelmente mais altos do que os associados a outras formas de crédito, como empréstimos pessoais ou financiamentos.
A natureza rotativa do crédito do cartão, aliada às taxas de juros geralmente mais elevadas, pode resultar em custos financeiros muito maiores ao longo do tempo.
Portanto, optar pelo pagamento mínimo pode ser mais oneroso do que explorar alternativas de crédito com taxas de juros mais baixas, especialmente quando a dívida não é gerenciada adequadamente.
Como os juros podem se acumular?
Para ilustrar a acumulação de juros, consideremos um cenário hipotético: Se um indivíduo possui um saldo de R$ 5.000 no cartão de crédito e opta por pagar apenas o valor mínimo, que é, por exemplo, R$ 150, com uma taxa de juros anual de 18%, os juros seriam calculados sobre o saldo restante de R$ 4.850. Isso resultaria em R$ 87,30 de juros no primeiro mês.
Se o pagamento mínimo for escolhido novamente no próximo mês, os juros seriam recalculados sobre o saldo atualizado, e esse ciclo persistente de pagamentos mínimos poderia levar a uma dívida crescente e cada vez mais difícil de liquidar.
Como evitar os juros exorbitantes?
Separamos algumas dicas que podem te ajudar a evitar juros excessivos em cartões de crédito e construir uma base financeira sólida!
- Conheça sua renda e despesas para gastar dentro de suas possibilidades;
- Pague mais do que o mínimo para reduzir juros futuros;
- Negocie com a operadora por taxas melhores ou planos de pagamento;
- Aposte em um planejamento financeiro;
- Estabeleça metas de curto e longo prazo para direcionar seus gastos;
- Crie uma reserva para imprevistos, evitando dívidas em situações de crise.
Lembrando que, com responsabilidade no uso do crédito e um planejamento sólido, você estará no controle de suas finanças e evitar encargos desnecessários.
Autor:
Allan Santana