Aprenda como utilizar e valorizá-las nos projetos residenciais
A arte é um mecanismo transformador na sociedade, fazendo com que os indivíduos reflitam, se inspirem e criem maneiras de expressar e lidar com o cotidiano. Por isso, a inclusão de peças artísticas nos projetos residenciais atua como um recurso auspicioso para prover a ideia de personalização dos ambientes, além de uma energia poderosa e impactante. Nessa seara, a seleção das obras não abrange somente quadros, como também uma criteriosa curadoria de esculturas e uma sorte de elementos que expressam as artes plásticas.
Confira algumas dicas essenciais e inspirações elencadas pela arquiteta Patricia Penna, à frente do escritório que leva seu nome, por meio dos seus projetos. Acompanhe:
O local ideal
Uma das primeiras dúvidas diz respeito ao local onde serão inseridas, pois a ideia é que elas não sejam mais um elemento no contexto do décor, mas sim pontos de destaque e contemplação. “Em geral, halls de elevador, livings e ambientes de circulação são referenciais bem interessantes para inserção de esculturas e obras de arte“, aconselha a arquiteta. Entretanto, ela ressalta que esses objetos não estão totalmente atrelados aos ambientes em questão e podem ser considerados também em outros contextos. “A atenção sempre está relacionada ao bom senso“, pondera.
Assinadas pelo artista e designer Leonardo Bueno, as três peças de madeira foram instaladas ao lado do gallery wall elaborado no pé-direito duplo dessa residência. Na mesa de centro, mais esculturas foram dispostas pela arquiteta Patricia Penna para complementar a estética artística do ambiente | Projeto: Patricia Penna Arquitetura & Design | FOTO: Leandro Moraes |
Por conta dessa versatilidade, a própria estrutura da peça precisa ser levada em consideração, pois sua especificidade ajuda a definir seu sistema de aplicação, que pode ser pendurada na parede, acoplada em algum móvel ou exposta no próprio piso. Indagada sobre a possibilidade de inserir mais de um item no mesmo ambiente, Patricia Penna responde que “tudo é uma questão de composição e equilíbrio“. No olhar que imprime nos projetos que executa, ela avalia que a arte é sempre muito bem-vinda e a perspectiva de promover composições com diferentes tipos de expressões artísticas é um trabalho muito interessante e desafiador.
O hall do elevador deste apartamento recebeu uma cristaleira que escreve sua longeva história na família. Atualmente, acomoda peças decorativas e memorabília, servindo de apoio para o cavalo azul de porcelana, trazido da Grécia, e a escultura do artista mineiro Leonardo Bueno. | Projeto: Patricia Penna Arquitetura & Design | FOTO: Leandro Moraes |
Composições poderosas
Para garantir a merecida evidência e o mesmo protagonismo no décor de interiores, a profissional enumera recomendações seguidas por seu escritório. “Em primeiro lugar, avaliamos uma maneira para a disposição segura e com mínimo risco de dano“, ressalta. Depois dessa decisão, ela qualifica outros atributos como a escolha de revestimento de fundo coerente e alinhado com as dimensões da peça. Confira inspirações:
Na área social integrada, uma escultura produzida em pedra natural pela artista Syria Maya Raslan foi a escolha da arquiteta Ana Rozenblit, responsável pelo escritório Spaço Interior, para compor com as paredes claras e emolduradas pelas boiseries. A proposta inclui mensagens como exclusividade e boas energias | Projeto: Spaço Interior | FOTO: Rafael Renzo |
Para criar um cenário elegante e repleto de personalidade, a arquiteta Cristiane Schiavoni incluiu na sala de jantar conectada com o estar, uma escultura em MDF pintado nos mesmos tons da paleta do projeto. O recurso ganhou potência com um amplo espelho que reflete a cristaleira inserida na parede à frente | Projeto: Cristiane Schiavoni Arquitetura | FOTO: Carlos Piratininga |
Nessa sala de estar projetada pela arquiteta Cristiane Schiavoni, uma escultura de base natural e executada com a raiz de uma árvore, somou camadas ao décor composto por cores predominantemente neutras e formas orgânicas. Ao lado da luminária de LED formada por figuras geométricas presas na mesma parede, a escultura se realça no décor de interiores. Projeto: Cristiane Schiavoni | FOTO: Carlos Piratininga |
A iluminação como aliada
Outro componente que faz toda diferença é a iluminação que valoriza a obra de arte e facilita sua admiração. “O clássico sistema olho de Moscou é muito interessante por não demandar nenhum tipo de trilho ou spot aparente para a lâmpada“, indica Patricia, já que o recurso é mais discreto e não tira o foco da obra.
Nesse projeto de sala de estar elaborado pela arquiteta Ana Rozenblit, a sofisticação dos materiais contribui para que o ambiente transmita seu refinamento e realce a obra de arte composta por cordas instaladas sobre o painel de mármore ao lado da lareira | Projeto: Spaço Interior | FOTO: Rafael Renzo |
Cautelas essenciais
É fundamental ponderar que cada obra possui um material em sua constituição e, por decorrência, cada uma conta com suas particularidades para a limpeza. Mas de forma geral, o propósito é sempre retirar a poeira, não permitindo o seu acúmulo. “Esse, sem dúvida, é um cuidado básico”, discorre Patricia. Por fim, manter as peças longe da incidência solar direta e da umidade, que provoca a proliferação de fungos, devem ser igualmente observados no dia a dia do morador.
Autor:
Lucas Janini