Gabriel de Arruda Castro, jornalista e mestre em Política desenvolveu um teste no jornal Gazeta do Povo, o qual identificou oito (8) tipos de posicionamentos políticos. A equipe se preocupou com a qualidade do conteúdo e, nesse caso, os termos “direita” e “esquerda”, não foram usados por serem menos precisos.
Embora seja possível debater por que outras categorias não foram incluídas, essa divisão contempla a ampla maioria do eleitorado brasileiro. E, dessa forma, os “anarquistas” ficaram de fora porque eles nem acreditam que o Estado deva existir. Assim veremos abaixo os oito (8) tipos de posicionamentos políticos identificados pela equipe do jornal e o referido jornalista:
1) Conservador Tradicional: Um conservador tradicional (à moda de Edmund Burke) está mais preocupado com a preservação de uma estrutura social estável do que com o livre mercado ou a liberdade irrestrita de expressão. Sim, ele defende o respeito à propriedade privada, mas não necessariamente acredita que privatizar estatais é uma regra a ser seguida em todos os casos. Para o conservador tradicional, tudo depende da tradição e do bom uso da prudência.
2) Conservador Contemporâneo: Já o conservador contemporâneo (à moda de Ronald Reagan) quer defesa mais intensa do capitalismo e uma ênfase maior na liberdade individual. No Brasil, muitos conservadores contemporâneos não tratam como prioridade a preservação da cultura tradicional brasileira. Sem rejeitar a importância da tradição, o conservador contemporâneo é mais individualista.
3) Liberal Clássico: Por sua vez, o liberal clássico quer maximizar a liberdade econômica e as liberdades civis, ao mesmo tempo em que vê com certa desconfiança a influência da religião na política. É possível, dentro dessa categoria, defender a legalização das drogas — algo que os conservadores não fariam.
4) Libertário: O libertário é uma versão mais intensa do liberal clássico. O cidadão pode adquirir armamento pesado para a própria defesa? A imigração deve ser livre? Posso dirigir o carro sem cinto de segurança? Sim, sim e sim. Desde que terceiros não sejam fisicamente agredidos ou ameaçados, vale tudo. Ah, sim: imposto é roubo.
5) Socialdemocrata: O socialdemocrata, por sua vez, se define sobretudo pela defesa de um Estado ativo na redistribuição de renda. Essa corrente nasceu de uma tentativa de domesticar o socialismo e torná-lo compatível com regimes democráticos. Os socialdemocratas não têm exatamente um consenso sobre temas morais, embora, na prática, boa parte deles pareça ter abraçado a agenda LGBT e a defesa do aborto legal.
6) Socialista: Socialistas (e comunistas) querem mudar radicalmente a estrutura econômica do país. Com isso, eles esperam também mudar a estrutura política. De forma geral, eles têm aversão ao capitalismo, à moralidade cristã e ao patriotismo. A própria democracia é, para ele, uma ferramenta de dominação que precisa ser substituída por um mundo melhor. Leia-se: precisa ser removida pela força das armas e substituída (temporariamente) pela ditadura do proletariado. Na União Soviética, o “temporariamente” durou 82 anos.
7) Nacionalista Antiliberal: Menos comum do que as outras categorias, o nacionalista antiliberal quer um Estado forte na economia, mas rejeita as soluções dos socialistas e socialdemocratas para os demais temas. Ele defende veementemente o país e não abraça as bandeiras progressistas quanto às drogas e o aborto, por exemplo. Mas, quando o assunto é a economia, caminha junto com os sindicalistas do PT.
8) Centrista: Por fim, o centrista é alguém que não se alinha claramente com qualquer das ideologias acima. Ao combinar elementos de várias correntes, ele não chega a formar um conjunto claramente distinguível do ponto de vista ideológico.
Com o lançamento desta ferramenta, a Gazeta do Povo acredita ter ajudado as pessoas a conhecerem melhor suas próprias posições políticas. Isso é essencial porque — apesar de todo o ruído e de toda a agressividade — as ideias continuam tendo consequências reais no mundo político.