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sexta-feira, 21 de junho de 2024

Ciclo de Cultura Tradicional celebra a ancestralidade indígena e o ritmo do maracatu 

Realizada pelo Programa Oficinas Culturais, iniciativa traz música, dança, documentário e diálogos que destacam a  herança cultural e modo de vida dos habitantes locais

Ciclo de Cultura Tradicional (CCT), evento itinerante dedicado à apreciação e reflexão das tradições que resistem no estado de São Paulo, incluindo aquelas de origem caipira, indígena, afro-brasileira, caiçara e das comunidades migrantes, está programado para visitar mais duas cidades em sua edição de 2023. No dia 11 de novembro, sábado, a cidade de Cananéia celebrará a cultura ancestral indígena na Praça Martim Afonso de Souza. Já em 19 de novembro, domingo, Taubaté se destacará ao apresentar a cultura do maracatu no Sítio do Picapau Amarelo – Museu Monteiro Lobato. Tudo de forma gratuita. 

O Ciclo de Cultura Tradicional faz parte das Oficinas Culturais – Programa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis – e nos encontros de novembro conta com a  correalização das Prefeituras Municipais de Cananéia e de  Taubaté. Um dos objetivos dessa iniciativa é possibilitar convivências entre mestres, pesquisadores, agentes culturais e o público em geral. O objetivo é preservar as tradições populares e mostrar como elas resistem pelas diferentes gerações. 

Desde 2019, o Ciclo convida produtores audiovisuais que desenvolvem e apresentam documentários de curta-metragem sobre a resistência das tradições culturais do interior e litoral de São Paulo. As sessões contam com bate-papo entre diretores, convidados e espectadores.

Cultura ancestral indígena em Cananéia 

A partir das 15h, na Praça Theodolina Gomes (Tiduca) – Rua Rodolfo Lima, 45 – Centro, indígenas do povo Guarani Mbya  que vivem nas aldeias Ma’endu’a Porã, Pakurity, Takuari–ty e Tekoa Mirim, localizadas no território do Rio das Minas, Ilha do Cardoso e Cananéia, litoral sul de São Paulo, expressam sua cultura ancestral por meio de uma das bases da economia de suas comunidades, o artesanato composto por colares, anéis, pulseiras, réplicas de animais e outros. 

Dentre as atrações, às 16h, os grupos Coral Mborai vy’a, Coral da Aldeia Pakurity, Coral da Aldeia Ma’endu’a Porã e Coral Mborai Nhembojera, formados por crianças e jovens Guarani Mbya de territórios indígenas localizados em  Cananéia, apresentam seus cânticos e manifestações tradicionais. 

Às 18h, o CCT apresenta o documentário Dança dos Guerreiros, dirigido pela educadora e realizadora audiovisual Kerexu Rete  e o representante do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Cananéia Sidney Wera Xiju, ambos da etnia Guarani Mbya e moradores da aldeia Takuari-Ty. O documentário retrata o Xondaro, dança sagrada dos guardiões do povo Guarani, a partir de entrevistas e imagens de guerreiros dançando e histórias desse ritual.

Após a exibição, haverá um bate-papo com os diretores do documentário, com a liderança da aldeia Kalipety Wera Alcides e a mediação será feita pela roteirista, escritora e produtora Mayra Sigwalt, descendente do povo Kaingang. 

Para encerrar, às 20h,  o show do Brisa de La Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow. A cantora mistura rap com cantos ancestrais, jazz, eletrônico e neo/soul, além de atuar no cenário artístico como produtora musical, performer e pesquisadora. 

História do Maracatu em Taubaté 

O Sítio do Pica Pau Amarelo Taubaté – Museu Monteiro Lobato vai receber, a partir das 14h30, o grupo Baque Mulher Taubaté, que conta com mais de 20 mulheres, entre batuqueiras e dançarinas. Sob a vigência da percussionista e atriz Rafa Valente, elas fortalecem  o movimento de empoderamento feminino Baque Mulher, criado em Recife (PE) e liderado por Mestra Joana. No gênero poético loas, além da homenagem à origem tradicional do Maracatu, traz questões contemporâneas, enaltecendo o poder feminino e se posicionando contra as diversas violências aplicadas pelo machismo.

O documentário Caminho entre cores e sons será exibido às 15h10 e conta a história da chegada do Maracatu em Taubaté, e como essa cultura popular pernambucana se inseriu na região do Vale do Paraíba, enfrentando desafios e conquistando espaços entre outras manifestações culturais presentes nessa cidade. 

Após a exibição, haverá um bate-papo com o diretor, publicitário e videomaker Bruno Urzua, o ativista cultural Flávio Itajubá, o mestre de dança do Maracatu de Baque Virado Maurício Soares e a percussionista e atriz Rafa Valente. A  mediação será feita pelo filósofo, teólogo e historiador Armindo Boll. 

Finalizando às 17h, o CCT traz o Maracatu Baque do Vale, que possui 20 anos de existência. Passando por baques, toques tradicionais, toadas, arranjos autorais e elaborados, o grupo se apresenta a partir das pesquisas e vivências com grandes mestres da cultura popular pernambucana, com forte influência valeparaibana. 

Acesso virtual 

No dia 30 de novembro todos os documentários que participaram da edição 2023 do Ciclo de Cultura Tradicional serão exibidos no canal do Youtube das Oficinas Culturais. Após cada exibição, o professor de Filosofia  Antonio Filogenio de Paula Junior conversa com os diretores. 

Para acessar a programação completa do CCT, clique aqui.

SERVIÇO:

Ciclo de Cultura Tradicional 2023 – Oficinas Culturais

GRÁTIS

11/11 | Cananéia

Praça Theodolina Gomes (Tiduca) – Rua Rodolfo Lima, 45 – Centro

Centro

15h às 20h 

ARTESANATO 

Aldeia Ma’endu’a Porã, Aldeia Pakurity, Aldeia Takuari-ty e Aldeia Tekoa Mirim

16h | Apresentações 

CANTO, DANÇA E CULTURA ANCESTRAL 

Coral Mborai vy’a, Coral da Aldeia Pakurity, Coral da Aldeia Ma’endu’a Porã e Coral Mborai Nhembojera

18h | Filme + Conversa 

DANÇA DOS GUERREIROS

Direção: Kerexu Rete e Sidney Wera Xiju | BRA | 2023 | Doc | 25 min. Bate-papo com Kerexu Rete, Sidney Wera Xiju e Wera Alcides. Mediação: Mayra Sigwalt.

20h | Show

BRISA FLOW 

19/11 | Taubaté

Sítio do Picapau Amarelo

Av. Monteiro Lobato, s/n, Chácara do Visconde

14h30 | Apresentação

BAQUE MULHER TAUBATÉ

15h10 | Filme + Conversa 

CAMINHO ENTRE CORES E SONS 

Direção: Bruno Urzua | BRA | 2023 | Doc | 24 min. Bate-papo com Bruno Urzua, Flávio Itajubá, Maurício Soares e Rafa Valente. Mediação: Armindo Boll.

17h | Apresentação

MARACATU BAQUE DO VALE 

30/11 – Virtual 

30 de novembro – exibições e bate-papo no canal de YouTube das Oficinas Culturais

19h | Filme + Conversa

CAMINHO ENTRE CORES E SONS

Direção: Bruno Urzua | BRA | 2023 | Doc | 24 min

19h30 | Filme + Conversa

O SOM DA TRADIÇÃO

Direção: Gui Diniz | BRA | 2023 | Doc | 15 min

20h | Filme + Conversa

RAIZ E ALMA – UM REGISTRO DA CULTURA DO CURURU EM TATUÍ

Direção: William Lima | BRA | 2023 | Doc | 20 min

20h30 | Filme + Conversa

SOBRE-VIVER CAIÇARA: ITANHAÉM

Direção: Renata Giovannetti | BRA | 2023 | Doc | 25 mi

21h | Filme + Conversa

DANÇA DOS GUERREIROS

Direção: Kerexu Rete e Sidney Wera Xiju | BRA | 2023 | Doc | 20 min

SOBRE O PROGRAMA OFICINAS CULTURAIS

Como uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela POIESIS – Organização Social de Cultura, o Programa Oficinas Culturais promove formação e vivência à população no campo da cultura desde 1986.

Oficinas Culturais dialoga com o interior por meio de dois festivais (FLI – Festival Literário do Vale do Ribeira e MIA – Festival de Música Instrumental), Ciclo de Gestão Cultural, Ciclo de Cultura Tradicional, Programa de Qualificação em Artes que dá orientação artística a grupos, companhias ou coletivos de dança e teatro no interior, litoral e região metropolitana de São Paulo, e o Programa de Formação no Interior que oferece atividades formativas.

Além disso, na cidade de São Paulo, o programa realiza atividades de formação e difusão em três espaços: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Bom Retiro), Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera) e Oficina Cultural Maestro Juan Serrano (Taipas).

SOBRE A POIESIS

A Poiesis Organização Social de Cultura desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.

Autora:

Camila Barbosa

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