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terça-feira, 23 de abril de 2024

Setembro amarelo: como a depressão pós-parto afeta a saúde do bebê

Psicóloga comenta o transtorno que gera impactos nessa vida que acabou de chegar

Desde 2014, o mês de setembro é destinado à conscientização da população sobre temas relacionados à saúde mental. Na maternidade, o assunto ainda é um tabu e muitas mães enfrentam os sintomas da depressão pós-parto sozinhas.

Dados da FIOCRUZ revelam que a doença acomete cerca de 25% das mães brasileiras no período de seis a 18 meses após o nascimento do bebê, e provoca alterações cognitivas, emocionais, físicas e comportamentais.

O transtorno é caracterizado por uma tristeza profunda; sofrimento; falta de vontade; labilidade do humor com momentos de grande irritabilidade; sentimento de culpa, de desesperança, levando a mãe à percepção de que não é capaz de conferir ao seu bebê os cuidados necessários para a manutenção de sua vida, sentindo-se frustrada de sua ligação com o mesmo.

E, para além da mulher, os sintomas da depressão também são transmitidos ao bebê. Para a psicóloga Thayssa Quaglietta, do Grupo Prontobaby, o estado emocional da mãe pode representar um potente modulador do humor do seu filho.

“Alterações na regulação do sono provocadas pelas modulações de humor da mãe, interferência no desenvolvimento comunicativo-linguístico, além de afetar a parte cognitiva do recém-nascido, considerando os poucos estímulos dados nessa fase, são alguns dos sintomas”, comenta a psicóloga ao indicar o aleitamento materno como uma das principais dificuldades, já que o processo contempla condições psicológicas e fisiológicas da mãe.

Thayssa Quaglietta sinaliza que os fatores de risco para o desenvolvimento da depressão pós-parto são diversos e podem estar atrelados a aspectos biopsicossociais. Por isso, é imprescindível o cuidado integral com a mãe durante toda a gestação, bem como no parto e após o nascimento da criança, onde serão realizados levantamentos de histórico familiar de depressão ou algum outro transtorno mental.

“Para isso, é indicado o acompanhamento psicológico e psiquiátrico da mãe e, em alguns casos, o tratamento medicamentoso, envolvendo toda a família nesse cuidado, já que não afeta somente a mulher, mas todos à sua volta”, complementa a especialista.

No Brasil, existem mais de 11 milhões de mães solo. Com este dado, é possível imaginar que a ausência paterna pode trazer consequências para a saúde mental dessas mulheres, que por muitas vezes se veem sozinhas e sobrecarregadas nos cuidados com os filhos.

Autora:

Jéssica Leiras

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