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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Paginação do revestimento para pisos e paredes: como definir?

Alinhado, Chevron e as espinhas e escamas de peixe são alguns dos estilos comumente utilizados nas obras. Arquiteta Isabella Nalon explicar escolher a melhor tipologia

Para uma estética de excelência, não basta apenas escolher o melhor revestimento para aplicação nos pisos e paredes. Além da aparência e a sintonia com a proposta do projeto, é importante planejar a forma de instalação das peças – que em termos técnicos é chamado de paginação. Ao estabelecer o padrão ou desenho a ser formado, o ambiente terá o resultado pretendido.

“Essa decisão não incorre apenas no visual, como também nos propicia outros efeitos importantes como o desejo de contar uma história, criar uma divisão de ambientes ou mesmo conquistar amplitude“, explica a arquiteta Isabella Nalon, à frente do seu escritório homônimo. Assim, a paginação tanto estabelece o padrão, como permite o cálculo para a compra dos materiais com exatidão. “É simplesmente uma dor de cabeça quando a decisão é tomada apenas na obra, pois ao faltar material, além do atraso da obra e a pressa de sair para comprar, o cliente ainda é surpreendido com mais um gasto que não havia sido previsto”, adiciona.

Acompanhe as principais orientações da profissional:

Como fazer uma boa paginação?

Nessa cozinha executada pela arquiteta Isabella Nalon, a paginação da cerâmica geométrica valorizou o vão da bancada e os armários inferior e superior | Foto: Julia Herman

Conforme abordado por Isabella, uma paginação bem sucedida resulta em assertividade – tanto pelo gasto do morador, o desperdício (ou a falta) e a melhor utilização do revestimento escolhido. Ainda de acordo com ela, a decisão acontece ainda na etapa de projeto, quando são desenhadas a planta baixa e as elevações. “Todos esses pontos convergem para o planejamento, fundamental para que tudo ocorra como o esperado. Também deve-se considerar a contratação de mão-de-obra especializada e treinada“, alerta Isabella.

E quais são os tipos?

De acordo com a arquiteta, as aplicações comumente adotadas são:

Alinhada: 

As peças têm o mesmo tamanho e podem ser instaladas tanto na vertical ou horizontal. Trata-se da forma mais tradicional de paginação, originando em uma sensação de regularidade ao espaço sem muito ou movimento. | Foto: Julia Herman

Diagonal:

Nesse tipo de paginação, as peças ficam em um ângulo de 45 graus e entregam a percepção de quebra de padrão e movimento. Para a especialista, é recomendada para paredes que possuem algum tipo de imperfeição que precisa ser ocultada. | Foto: Julia Herman

Espinha de peixe: 

Instalada com transpasse e um ângulo de 90 graus que acompanha o sentido nas paredes. Essa paginação é muito adotada em pisos de madeira, mas ultimamente tem ganhado espaço em materiais como cerâmica, azulejos e porcelanatos, conferindo um visual mais sofisticado. | Foto: Julia Herman

Escama de peixe: 

Mix de diagonal com transpasse, as peças formam um ângulo de 90 graus entre si. A diferença para a paginação espinha de peixe está na direção da instalação, já que ambos são formados por réguas do piso intercaladas. | Foto: Luís Gomes

Transpasse: 

As extremidades ficam desencontradas e, de acordo com cada produto, essa ‘discordância’ é aleatória ou fruto de uma proporção, como 2/3. Ocorre com frequência em pisos com formatos de réguas. | Foto: Julia Herman

Chevron: 

As peças são recortadas para que, no encaixe uma da outra, percebe-se um desenho. Essa espécie de ‘zigue-zague’ ganhou visibilidade no mundo da moda, depois de um desfile da grife italiana Missoni, que repaginou o estilo nos idos da década de 1950. De lá para cá, fincou o pé também na arquitetura e design de interiores. | Foto: Julia Herman

Dama: 

As peças são colocadas lado a lado na vertical e horizontal, formando um quadrado similar ao tabuleiro de dama. | Foto: Julia Herman

Vantagens da paginação

Na sala de estar, a arquiteta Isabella Nalon trabalhou com a paginação horizontal para a colocação dos tijolinhos aparentes que agregaram aconchego ao ambiente | Foto: Julia Herman

A paginação de piso e parede reflete em alguns benefícios para o imóvel, pois além de valorizar os ambientes como um todo, quando bem executada, contribui para a amplitude cômodo – artifício muito bem-vindo em projetos de imóveis pequenos. E os estilos não se restringem a um único tipo de material. “As formas nos permitem atuar com uma grande variedade como porcelanatos, madeira, ladrilho hidráulico, cimentícios, monolíticos, granilite, fulget, tijolos, plaquetas e papel de parede, entre outros”, detalha Isabella.

Dicas importantes na paginação:

No box do banheiro, a arquiteta Isabella Nalon revestiu somente uma das paredes com cerâmicas na cor pistache e a paginação espinha de peixe entregou um visual personalizado para o projeto | Foto: Julia Herman

– Experiente, a arquiteta enfatiza que a aferição das medidas não contempla apenas a planta em si, como também as elevações de parede. Outra dica é manter o maior número de peças inteiras na paginação para evitar recortes desnecessários.

– Para ambientes pequenos, ela também salienta a necessidade de analisar o tamanho das peças, pois é muito frequente que formatos grandes, como os encontrados atualmente no mercado, não comportam o espaço pretendido.

– Espessura não é uma referência a ser deixada de lado e geralmente são percebidas no encontro das peças.

– A depender do material, a variação de perda na obra pode oscilar entre 10 e 15 %, sendo que esse percentual também abrange os cortes para os ralos.

– O revestimento também coopera para o bom caimento de água, nos casos de áreas úmidas.

Além do piso e da parede

A paginação não se restringe apenas a piso e parede e pode marcar presença no teto! A instalação é um pouco mais lenta, pois é fruto do escoramento conforme o desenrolar da instalação, que é realizada com uma argamassa específica para o local. “Vale lembrar que existem materiais específicos para cada ocasião. Alguns podem ser utilizados apenas em parede, por não terem resistência para o tráfego como os de piso, por exemplo. E cada material, seja piso, parede ou teto, tem sua argamassa específica”, conclui Isabella. 

Sobre a arquiteta Isabella Nalon

Com uma carreira sólida e experiência proveniente de mais de 25 anos de trabalho, Isabella Nalon percorreu uma trajetória de muitos estudos e pesquisas na área de Arquitetura e Decoração. Iniciou sua carreira atuando como arquiteta na Alemanha e, em 1998, inaugurou seu escritório em São Paulo. Se especializou em projetos arquitetônicos residenciais, comerciais e de decoração de interiores. Possui uma visão plural e ampla de diferentes culturas e públicos, o que se tornou um diferencial em seu percurso profissional. Cada projeto desenvolvido pelo escritório é único, com muita harmonia, elegância e criatividade. Frequentemente, tem obras reconhecidas e publicadas por renomados portais e revistas de arquitetura e decoração, consolidando o escritório na lista dos mais importantes da capital paulista.

Instagram: @isabellanalon 

Site: www.isabellanalon.com 

Linkedin: Isabella Nalon 

Tel.: (11) 94453-5500

Autor:

Leonardo Sandoval

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