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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Tudo o que você precisa saber sobre “líbido” porque nunca lhe explicaram ou ensinaram errado

Infelizmente, ainda se entende erradamente o conceito “líbido”, coisa que os antigos filósofos, principalmente os estóicos, chamavam de “hormé”, do que derivou “hormônio”, “hormônios”, que, em biologia, refere-se às substâncias vinculadas ao comportamento. O erro do conceito “líbido”, que se impregnou na Psicanálise, decorre, principalmente, do fato de Freud ter fixado-se mais no aspecto sexual. Mas, “libido”, palavra que derivou do Latim LIBIDUS, que tem, por sua vez, raiz em LIBERE, que se traduz “liberar”, “agradar”, no sentido de “gratificação”, ou mais propriamente “ter satisfeita uma vontade, pulsão ou tendência”, refere-se, exatamente, a um “anseio”, à “vontade intensa”, ou “impulso ou pulsão em direção a um objeto ou objetivo”, e tem, como mais importante característica, a “mobilidade”, a  “alternância entre áreas de atenção ou foco”. Santo Agostinho foi _segundo se sabe_ o primeiro a distinguir três tipos de “foco libidinal”, os quais são: “libido sciendi”, que refere-se ao desejo de conhecimento, “libido sentiendi”, que é o desejo sensual em sentido amplo, e “libido dominendi”, que refere-se ao “desejo de dominar”. Ou seja, “líbido” ou, segundo os tais filósofos gregos, “hormé”, que se traduz, literalmente, “ímpeto”, “força”, é “pulsão natural” _mais propriamente um “conjunto pulsional”, como explicarei melhor posteriormente_ existente não só no ser humano, mais em toda a Natureza, que “faz um ente se direcionar a outro”, isto é, que “gera a relação sujeito/objeto”. A sexualidade é apenas um aspecto ou característica do que foi chamado de “líbido”.

Tendo em vista que as ciências diretamente ligadas à neurotransmissão tem avançado cada vez mais em suas pesquisas, desde as descobertas das células que compõem a arquitetura cerebral, dos impulsos nervosos, da neurotransmissão propriamente dita, até as estruturas sinápticas no todo _e “o todo”, aqui, deve ser entendido como “o todo que, até então, pudemos conhecer”_ a questão do que, a partir de Freud, se convenceu chamar de “líbido”, deve ser colocada um tanto “em suspenso”, para observar de maneira mais dedicada. O próprio Freud, em não poucas vezes, sobre praticamente todas as suas teorias, disse que eram o que estava sendo feito diante das lacunas científicas, constituindo-de como uma espécie de luz, ainda que, talvez, fraca, na tentativa de iluminar um pouco mais o caminho para o entendimento das questões relacionadas ao comportamento humano.

É importante observarmos que, muito possivelmente, o conceito freudiano de “líbido” teve seu nascedouro em Epicuro, em Aristipo de Cirene, que foi discípulo de Sócrates e nos Estóicos citados no início deste artigo. Digo tal coisa porque há uma base conceitual muito estreita entre o que Freud desenvolveu em sua teoria da “líbido” e as ideias desses filósofos, como hedoné (o prazer somático) _que Epicuro via um tanto diferente de Aristipo_ e porque Freud estudou filosofia com certa intensidade.

O presente artigo destina-se a adequar a teoria de Freud sobre “líbido” às mais recentes descobertas científicas no campo da Neurociência, utilizando, como “fio condutor”, a recente disciplina chamada Neurofilosofia e a Filosofia propriamente dita, no que refere-se a sua característica principal, que é o raciocínio crítico desenvolvido sob os princípios da Lógica, além de estimular profissionais terapeutas e docentes em Psicanálise, Psicologia e áreas afins, a pesquisarem com mais dedicação e imparcialidade.

Autor:

Cesar Tólmi – Filósofo, psicanalista, arte-terapeuta, jornalista, pós-graduando em Neurociência Clínica, escritor e idealizador da Neuropsiquiatria Analítica, integrada aos campos clínico, forense, jurídico e social.

E-mail: cesartolmi.contato@gmail.com

Grupo de estudos em Neuropsiquiatria Analítica, no Facebook:

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