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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Separação dos pais: cinco impactos emocionais mais recorrentes em crianças e adolescentes

No Brasil, o número de divórcios cresce a cada ano.

De acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Ciência (IBGE), os números de divórcios no Brasil subiram 16,8% em relação às últimas pesquisas. Os dados revelaram também que o tempo médio de duração dos casamentos caiu de 15,9 anos para 13,6. Ainda segundo o IBGE, os índices de divórcio são maiores entre casais com filhos menores de idade, chegando ao número de 48,5%.

A separação dos pais pode ocasionar diversos impactos na saúde mental de crianças e jovens. Entretanto, os efeitos podem mudar de acordo com cada pessoa, visto que os indivíduos são únicos e reagem de formas diferente as situações. Questões como personalidade, idade, ambiente familiar e a forma como a separação foi conduzida podem interferir, positiva ou negativamente, na reação de crianças e adolescentes.

O fim do casamento, para os filhos, representa uma ruptura da família e uma mudança na dinâmica entre os entes queridos. “A separação dos pais pode causar alguns impactos negativos à saúde mental de crianças e adolescentes, desde tristeza e angústia a adoecimento físico e emocional”, explica o psicólogo especialista em relacionamentos, André Carneiro.

O especialista lista cinco impactos emocionais mais recorrentes em crianças e adolescentes antes, durante e após o processo de separação dos pais:

1.       Raiva e ressentimento:

Por imaturidade emocional, comum da idade, crianças e adolescentes podem ficar ressentidos com os pais e até mesmo desenvolver sentimento de raiva pelos genitores. “Na maioria dos casos, esses sentimentos podem ser manifestados por meio de comportamentos agressivos e atitudes desafiadoras”, esclarece o psicólogo.

2.       Sentimento de culpa:

A responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de um relacionamento sempre deve ser dada ao casal. Entretanto, muitas crianças e jovens culpam-se pelo fim do casamento dos pais. “Mesmo de forma inconsciente, os filhos culpam-se pela separação dos pais. E questionam-se sobre seus próprios comportamentos para avaliar o que fizeram de errado para levar os pais a se separar”, afirma o psicólogo.

3.       Baixa autoestima:

O fim do casamento dos pais pode afetar também a autoestima dos filhos, que passam, muitas vezes, a não confiar mais em seus potenciais. “Após o divórcio dos pais, é comum que crianças e jovens passem a questionar seu valor e até mesmo sua importância na vida do pai e da mãe. Muitos, chegam a pensar que a separação dos pais interfere no amor que os mesmos sentem por eles”, afirma o psicólogo André Carneiro.

4.       Baixo rendimento escolar:

Não é raro que, após o divórcio dos pais, o rendimento escolar dos filhos seja afetado e as notas passem a baixar. De acordo com o psicólogo, o estresse e o abalo emocional afetam diretamente a concentração e a interação social com colegas. Consequentemente, o rendimento escolar é prejudicado.

5.       Dificuldade em relacionamentos:

“No momento da separação dos pais, muitos filhos passam a ter dificuldades em confiar em outras pessoas por medo de perdas e novas rupturas. Assim, muitas crianças e jovens filhos de pais separados costumam ter dificuldade em estabelecer vínculos afetivos”, esclarece o psicólogo André Carneiro. 

Autora:

Renata Maia

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