A Infância sempre foi foco de estudos e discussão nos mais diversos campos e seu conceito foi por muito tempo, concebida como uma fase do desenvolvimento humano, ou como uma etapa da vida, incompleta, sem fala, sem capacidades físicas ou sem experiência. Resgatar a infância desse segundo plano ou “sem lugar” foi o objetivo do livro intitulado “Pesquisa em educação: estudos sobre a infância” (Editora Bagai) onde os organizadores Emerson Benedito Ferreira, Mario Marcos Lopes, Paulo Rogério da Silva e Marcos Antônio Gonçalves dos Santos buscaram reunir 17 textos de grande importância.
No capítulo 1 “Gabriela: uma menina e negra” o autor Emerson Benedito Ferreira apresenta uma análise documental de um inquérito policial registrado três meses antes da Abolição na Vila de Ribeirão Preto.
No capítulo seguinte “Infância e memória em Walter Benjamin”, Paulo Rogério Silva aborda as ideias de “infância” e “memória” como objetos da reflexão filosófica de Walter Benjamin.
Os autores Ana Paula Peruzzi e Paulo Rogério Silva no capítulo 3 “Infâncias e corpos adestrados: algumas observações sobre ‘vigiar e punir’”discorrem sobre os conceitos de poder, disciplina e adestramento da infância.
O capítulo 4 “A ‘cultura infantil’ na sociologia da infância”, as autoras Giovana Alonso Botega e Andrea Braga Moruzzi apresentam o percurso metodológico da pesquisa de mestrado desenvolvida sob o aporte teórico da Sociologia da Infância.
Na sequência, os autores Jéssica Naiara Vieira Pires Granato, Emerson Benedito Ferreira, Mario Marcos Lopes e Paulo Rogério da Silva no capítulo “Sociologia da infância e Bullying escolar: mapeamento das produções de 2014 a 2018” discutem a Sociologia da Infância e seu papel na compreensão da criança em todas as suas dimensões, não sendo diferente no cenário educacional.
Por sua vez, Marcos Antonio Gonçalves dos Santos no capítulo 6 “Infâncias na contemporaneidade: aspectos da socialização das crianças no contexto das Tecnologias de Informação e Comunicação”propõe uma análise da questão da socialização das crianças no cenário contemporâneo.
O capítulo 7 “Criança e infância negra nas escritas de Alice Dayrell Caldeira Brant (Helena Morley)”Emerson Benedito Ferreira e Danilo Augusto Reinolobjetivam analisar as escritas produzidas por Helena Morley (Alice Dayrell Caldeira Brant) na obra intitulada “Minha vida de menina”.
As autoras Lajara Janaina Lopes Corrêa e Vera Lúcia Luiz no capítulo 8 “Experiências e práticas pedagógicas em educação das relações étnico-raciais na educação infantil” abordam ações desenvolvidas numa sala de referência de educação infantil da cidade de Campinas, interior de São Paulo.
No próximo capítulo “A cruz de Pedro: um menino, um crime, uma cor”, os autores Emerson Benedito Ferreira e Danilo Augusto Reinol descrevem um caso ocorrido no dia 29 de junho de 1885, no qual o menino Pedro foi estrangulado e dependurado na copa de uma árvore nos arredores da Vila de Ribeirão Preto.
Por sua vez, Lucas Gabriel Ferreira Alves e Emerson Benedito no capítulo 10 “Cultura indígena e uma forma outra de ser criança” Ferreira buscaramcompreender concepções de criança e instantes de seu crescimento sob a ótica de quatro comunidades indígenas.
No capítulo “Sociedade de consumidores: o consumismo dos pequenos compradores observado na escola”, a autora Melissa Dellacorte Barboza discute como o consumismo apresenta forte presença mesmo entre as crianças.
Discorrendo sobre a obra, o capítulo 12 “A contribuição do método montessoriano para a autonomia da criança”, as autoras Francisca Keliane Gonçalo e Dalva de Araújo Menezes buscaram responder à questão: O que discursam os artigos em Plataforma Digital sobre o Método Montessoriano a partir da compreensão de sua aplicação na construção da autonomia da criança?
Nesta perspectiva no capítulo 13 “O lúdico como mecanismo facilitador de aprendizagem e ferramenta inclusiva no desenvolvimento infantil”, Danilo Augusto Reinol, Mario Marcos Lopes, Emerson Benedito Ferreira e Antonio Michel de Jesus de Oliveira Miranda apontam as atividades lúdicas como ferramentas valorosas na rotina do educador.
O capítulo 14 “Educação infantil e expansão escolar: mapeamento de matrículas em municípios do Estado do Piauí” os autores Mônica Souza da Silva, Maria de Jesus Rodrigues Duarte e Emerson Benedito Ferreira objetivam compreender o crescimento das matrículas de crianças no âmbito da Educação Infantil no Estado do Piauí, bem como o número de instituições que ofertam vagas nessa etapa de ensino.
Por sua vez, Fernando Frachone Neves no capítulo seguinte “Infância, direito e bullying no Brasil” debruçou-se a realizar um exame substancial de um tipo de violência escolar que vem se disseminando no mundo especialmente nos últimos anos, denominada bullying.
No capítulo 16 “A participação atuante das crianças na constituição de projetos educacionais: um estudo de caso no Centro Educacional Infantil Municipal da cidade de Poços de Caldas / MG”, a autora Marcelle Santos Móras discorre sobre a participação das crianças na elaboração de projetos educacionais e arquitetônicos, em uma perspectiva onde a participação é colocada como direito e dever dos cidadãos.
Para finalizar a obra, os autores Iarla Jeyce Pereira de Brito, Paloma Cavalcante Bezerra de Medeiros, Ricardo Neves Couto e Ramnsés Silva e Araújo no capítulo 17 “Instrumentos utilizados na avaliação de funções executivas em crianças e adolescentes no âmbito nacional: revisão de escopo” buscaram mapear a literatura acerca dos instrumentos utilizados na avaliação de Funções Executivas em crianças e adolescentes no contexto nacional.
Vale a pena a leitura da obra que pode ser lida na íntegra por meio do link https://is.gd/aR7S3V
Autor:
Mario Marcos Lopes
Especialista em Educação. Docente do Centro Universitário Barão de Mauá;
Faculdade São Luís; Tutor do Curso de Pedagogia – UFTM; Professor da Rede
Municipal de Ribeirão Preto.