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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Juvenal Paixão e Horton Hoover:  pioneiros da aviação

Na atualidade, a aviação é um campo ao qual são aplicados extensivamente ciência e tecnologia. Nela, são adotados também processos e normas extremamente rigorosos, sempre buscando aumentar a segurança e a eficiência.

Mas nem sempre foi assim: houve época em que a aviação era um reduto de malucos apaixonados pela aventura e pela tecnologia da época. Essa é uma verdade, assim como é verdade que sem esses malucos, pioneiros, ainda estaríamos presos ao solo.

Um desses pioneiros foi Juvenal Paixão: em outubro de 1937 a imprensa noticiava o pouso forçado de um avião em Jundiaí. O piloto voava do interior para São Paulo, quando, forçado pela ausência de visibilidade, pousou no bairro de Vila Progresso, uma área quase deserta à época. 

O avião pertencia à escola de aviação de Ribeirão Preto e durante a noite foi guardado por soldados da polícia; o piloto passou dormiu no Jundiahy Hotel e decolou no dia seguinte. 

Paixão era um entusiasta da aviação, tendo tido, entre outros encargos, o de primeiro instrutor dos aeroclubes de São José do Rio Preto e Taubaté.

Também deveria ser um tanto quanto maluco, como muitos dos aviadores da época: durante a Revolução de 1932, a bordo de um Falcon pilotado pelo americano Horton Hoover, decolou do Campo de Marte, em São Paulo, indo a Mato Grosso, com o objetivo de atacar o monitor Pernambuco, fundeado no Rio Paraguai, próximo a Porto Esperança. Paixão voava como observador e artilheiro, e consta que em cinco ataques, realizados em três dias, o avião danificou o navio.

Como a distância entre São Paulo e Porto Esperança é de cerca de 1.300 quilômetros, devem ter ocorrido escalas, porém não há registro das mesmas.

Já Hoover, foi um dos projetistas do EAY 201, um avião que teve cinco exemplares produzidos pela Empresa Aeronáutica Ypiranga, o primeiro dos quais, pilotado por ele, fez seu primeiro voo em 1935, partindo do Campo de Marte – o EAY 201 deu origem ao Paulistinha.

Além disso, Hoover foi instrutor dos aviadores da Força Pública e da Aviação Naval, tendo nos anos 1950 sido nomeado cônsul dos Estados Unidos em Santos; faleceu em São Paulo em julho de 1958.

Autor:

Vivaldo José Breternitz. Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas

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