Apesar de ser considerado o terceiro maior sonho do brasileiro (segundo relatório do Global Entrepreneurship Monitor), empreender nem sempre é a primeira opção de quem está precisando equilibrar as contas. Abrir uma empresa pode ser a reação de algumas famílias que necessitam complementar a renda.
Ainda segundo o GEM, estima-se que o Brasil tenha 43 milhões de pessoas que formalizaram seus negócios ano passado ou que fizeram alguma ação para ter um empreendimento no futuro. Contudo, se formos analisar o número de pessoas que empreendem de maneira informal, certamente o número seria muito maior. É bem provável que você conheça alguém que vende algum docinho no seu prédio, ou aquela pessoa cheia de talento tentando passar por este momento econômico delicado. Diante de tantas datas comemorativas que impulsionam o varejo, os consumidores correm para shoppings e grandes varejistas para não ficarem para trás. E como fica o pequeno empreendedor que espera ansiosamente por essas datas para fazer seu caixa?
O Sebrae de São Paulo já falou sobre isso: de acordo com recente pesquisa, 54% das pessoas que planejam comprar de pequenos empreendedores fazem isso por acreditar que esse pequeno gesto melhora a economia local. O comportamento gira a economia local, de fato, mas competir com grandes varejistas pode ser desleal: com recursos inesgotáveis de produção, logística e distribuição, preços.
Claro que nem sempre podemos priorizar a preocupação com a cadeia produtiva no lugar do menor preço, mas se mantivermos isso em mente na hora de fazer nossas escolhas na hora de consumir, já é um avanço. Uma simples mudança de hábitos pode salvar um microempreendedor e sua família que tentam sobreviver em um momento de instabilidade econômica.
Autor:
Paulo Castro. CEO e co-founder do Contbank, fintech especializada em produtos financeiros para Pequenas e Médias empresas com o atendimento feito por contadores