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segunda-feira, 22 de julho de 2024

Marrocos: Setor agrícola e suas dimensões

O setor agrícola no Marrocos gera em torno de 14% do PIB. A taxa de crescimento é fortemente correlada com a da produção agrícola. A agricultura continua sendo a principal fonte de empregos no país. Mais de 40% da população vive neste setor.

Características gerais do setor agrícola no Marrocos

A superficie agrícola foi estimada em 8.700.000 hectares (12,25% da área total do país).

A questão da água é crucial para o desenvolvimento da agricultura no país. A principal produção agrícola do país consiste em cereais (trigo, cevada), frutas cítricas (laranjas, clementinas), azeitonas, frutas rosáceas (amêndoas, maçãs, damascos, etc.), beterraba sacarina, leguminosas alimentares, hortaliças, incluindo batatas e tomates. A pecuária (ovinos, caprinos, bovinos, camelos, aves) constitui também um componente importante do setor agrícola.

Desenvolvimento do setor agrícola

O governo marroquino lançou em abril de 2008: o “Plano Marrocos Verde” (PMV). O objetivo: recolocar a agricultura entre as prioridades do país nos próximos dez anos. Fazendo com que a agricultura seja um setor de alto desempenho, e motor de toda a economia, combatendo a pobreza e exodo rural.

Diferentes tipos de produção agrícola:
1)    Cereais:

Os cereais ocupam 55% da superfície agrícola (trigo macio 45%, cevada 35% e trigo grao 20%). A produção é extremamente variável, pois está fortemente dependente das chuvas. A produção nacional não cobre as necessidades do país, mesmo em anos bons. A campanha agrícola 2014-2015 bateu todos os recordes: 115 milhões de quintais.

2)    Leguminosas alimentares:
Essas culturas ocupam um lugar importante. A população marroquina os utiliza em quantidade importante, como produto de alimentação. Mas as superficies tendem a cair em favor de especulações mais lucrativas.

3)    Culturas de açúcar:
Dado o elevado consumo de açúcar da população marroquina: 37 kg/capita/ano. As culturas de açúcar (beterraba e cana-de-açúcar) são de grande interesse para o país. Na campanha 2013/2014, a beterraba ocupou 53.000 ha e a cana-de-açúcar cerca de 15.000 ha.
O programa de desenvolvimento da cana-de-açúcar visa uma taxa de cobertura de 62% em 2020.

4)    Frutas e vegetais :
O setor de frutas e hortaliças é considerada aquelas que oferece as maiores possibilidades de desenvolvimento a longo prazo. A superficie total para a campanha 2013/2014 foi por exemplo de 118.000 ha.

Em 2013/2014, tem sido registrado uma produção recorde de 2,2 milhões de toneladas. As exportações permaneceram estáveis: 550 mil toneladas. Trata-se dos pequenos frutos (clementinas, etc.) que aumentaram a sua quota de exportação. Uma vez que as laranjas diminuem, vendidas no mercado nacional menos exigentes em termos de qualidade.

Os principais países destinatários são a Rússia, países da UE (principalmente Holanda, França, Inglaterra) e Canadá.

A concorrência é cada vez mais acirrada nestes mercados, tendo em vista: Egito, Turquia, Espanha e África do Sul.

A indústria citrícola marroquina deve, portanto, adaptar-se, melhorando a sua produtividade e seus canais de distribuição, a fim de desenvolver a sua quota de mercado.

Além disso, as rosáceas dos frutos secos (principalmente amêndoa), com sementes (maçã, pêra), de caroço (damasco, ameixa, etc.). A produção totaliza cerca de 800.000 toneladas, mais da metade das quais são maçãs. Tal produção de fruta é maioritariamente comercializada no mercado nacional.

5)    Culturas vegetais:
O sector da horticultura contribui para o abastecimento do mercado nacional, mas também para o desenvolvimento das exportações e da melhoria da balança comercial do país.

A produção total foi de 9,9 milhões de toneladas (média 2015-2020). Dominam três espécies amplamente consumidas: batata, tomate e cebola. O tomate é o produto mais importante desse mercado: 417 mil toneladas exportadas. Os países da UE (85%) e a Rússia (12%) são os países de destino dos tomates marroquinos.

6) Olivicultura:
A produção é de ordem de 1,3 milhões de toneladas de azeitonas. 75% da azeitona produzida destina-se ao fabrico de azeite; 25% são azeitonas de mesa.

Em 2020, Marrocos exportou 25.640 toneladas de azeite e cerca de 85.000 toneladas de azeitonas de mesa, o que o coloca em terceiro lugar no mundo nesta área. O desenvolvimento do setor oleícola tem sido uma prioridade para o plano PMV. Os objetivos para 2021 são 2,2 milhões de hectares e 3,5 milhões de toneladas de azeitona produzida.

Marrocos quer aumentar suas exportações de azeite onde a demanda global está crescendo. Isso implica intensificação da produção e melhoria da qualidade para enfrentar a concorrência de outros grandes países produtores.

7) Oleaginosas:
O girassol e o amendoim geraram uma produção de 65.000 toneladas na campanha agrícola 2015/2017. A produção total de óleo comestível permanece bem abaixo das necessidades do país.

8) Arvore do Argão:
A produção de óleo de argão mantém-se baixa, cerca de 4000 toneladas em 2015. Sendo este óleo muito apreciado pelos consumidores europeus e americanos pelas suas virtudes dietéticas e cosméticas, as autoridades públicas desejam ver a sua produção desenvolvida para fins de exportação. aumentar para 15.000 toneladas até 2022.

Trata-se também de desenvolver a Indicação Geográfica Protegida (IGP) “Argão”. O setor assegura entre 25 a 45% da renda de milhares de famílias. Ajudando também a combater eficazmente a erosão, a desertificação.

9) Tamareira:
A produção chegou a 180 mil toneladas em 2020. Mas ainda é insuficiente e o país importa atualmente cerca de 30% de suas necessidades. Tal produto é particularmente importantes durante os períodos de férias e mês do Ramadã ( jejum).

10) Viticultura:
A produção de vinho é de ordem de 350.000 hl. A qualidade dos vinhos marroquinos melhorou muito. Marrocos tem agora 2 Apelações de origem controlada (AOC) e 14 Apelações de Origem garantida (AOG).

Diferentes produções animais e
1)    Aves:
Em 2015, a produção de carne branca foi de cerca de 650 mil toneladas. A pecuária diminuiu, representaria apenas 10% da produção. A carne de aves é a principal carne consumida em Marrocos com 17 kg/capita/ano, ou seja, 50% do consumo total de carne (carnes vermelhas e brancas).

A produção de ovos é de 5 bilhões. Tal como acontece com as carnes brancas, cobrindo 100% das necessidades nacionais.

2)    Produção de leite:
A produção de leite aumentou significativamente nos últimos 10 anos. Ele dobrou entre 2012 e 2022, quando atingiu 4,5 bilhões de litros. Esse crescimento foi possibilitado pela importação de rebanhos leiteiros de alto rendimento, além de aprimoramento das técnicas de produção e combate às epizootias.

3)    Produção de Ovinos:
Com 29 milhões de cabeças em 2020, ocupando o 12º lugar no mundo em números.

4)    Produção caprina:
Em 2020, o rebanho caprino foi estimado em 9,6 milhões de cabeças. A produção é de 33.000 toneladas. Existem rebanhos com orientação mista leite-carne e algumas explorações leiteiras especializadas mais intensivas na produção de queijos frescos ou envelhecidos.

5)    Produção de carne:
A produção de carne bovina responde por 52% da produção total de carne vermelha. O consumo também tem crescido significativamente: 18 kg/capita/ano em 2020.

Objetivo: Melhorar a produtividade e adequá-la aos padrões internacionais de abate e corte.
Em 2020, nasceu um novo plano de desenvolvimento agrícola.

Geração Verde é a nova estratégia agrícola marroquina que veio prosseguir o caminho percorrido durante o Plano Marrocos Verde.

4 eixos principais foram apresentados para este novo plano agrícola:

?    A criação de um novo modelo baseado em uma abordagem participativa
?    A gestão e desenvolvimento de áreas florestais
?    A promoção e modernização das profissões florestais
?    E por fim, a reforma institucional do setor através da criação de duas agências e qualificação de recursos humanos

Autoria:

Lahcen EL MOUTAQI

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