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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Relógios e sua evolução

Relógios: Conheça a origem e evolução destes acessórios!

Os relógios surgiram da necessidade de os humanos se situarem no tempo. Ao longo dos séculos, o desenvolvimento tecnológico proporcionou a reinvenção destes acessórios, tornando-os cada vez mais modernos e funcionais.

O relógio começou por ser um objeto fixo, saltando depois para os bolsos e, mais tarde, para os pulsos de homens e mulheres. Cada vez mais moderno e funcional, serve, hoje em dia, para muito mais do que ver as horas.

Nesta viagem no tempo, aprenda mais sobre a curiosa origem deste acessório intemporal.

Os primeiros relógios da História

Antes do aparecimento dos relógios convencionais, a Humanidade utilizava dispositivos rudimentares de medição do tempo com recurso a meios naturais. A partir deles, surgiram os relógios de bolso e de pulso. Vamos conhecer o universo da relojoaria e conhecer a evolução dos relógios desde a Pré-História.

Embora a origem dos relógios de sol seja desconhecida, seu funcionamento é fácil de explicar. “O sol incide sobre o relógio, e a sombra da haste indica a hora”, esclarece Fernando Vieira. “Para funcionar corretamente, ele precisa estar perfeitamente orientado segundo os pontos cardeais”.

Ao longo do ano, a hora solar pode ser um pouquinho diferente da hora marcada nos relógios convencionais. Isso porque o movimento da Terra em torno do Sol não é uniforme – pode ser mais rápido ou mais lento conforme a época do ano. Assim, em alguns dias, a hora indicada pelo relógio solar pode estar mais adiantada e, em outros, mais atrasada que a hora marcada pelos nossos relógios.

O relógio de sol foi muito usado pelos gregos e romanos antigos, e seu ápice foi durante a Idade Média. Naquela época, quase todas as catedrais e igrejas tinham um relógio de sol para regular o momento das orações. Com o surgimento dos primeiros relógios mecânicos, os relógios solares começaram a cair em desuso. Hoje, eles praticamente só são vistos enfeitando praças e museus.

Relógio de sol:

Para medir a passagem do tempo, as civilizações antigas começaram a marcar as horas tendo por base a sombra dos objetos. Constataram que o movimento de rotação da Terra fazia com que a sombra se deslocasse e passaram a anotar essas movimentações, desenhando linhas retas em pedras.

A partir de cálculos rudimentares, descobriam quantas horas haviam sido transcorridas. Assim, criaram o relógio de sol.

Este método remonta ao período paleolítico ou neolítico, sendo que algumas pesquisas apontam 1500 A.C. como o ano da sua origem. O relógio de sol mais antigo do mundo foi projetado no Egito, na época dos Tutmósis.

Relógio de água:

O relógio de água, também conhecido como clepsidra, foi outro sistema rudimentar criado para medir as horas. O mais antigo transporta-nos para o reinado de Amenhotep III, de Karnak, no Egito. Já na Grécia Antiga, foi encontrada uma clepsidra datada por volta de 500 A.C.

O relógio de água baseava-se na colocação de dois recipientes em posições diferentes. Um deles, cheio de água, era colocado sobre outro, fundo e vazio. Depois disso, era feito um furo no recipiente superior, que gradualmente transferia a água para o recipiente inferior. Enquanto o processo acontecia, media-se o tempo decorrido.

Este método de contagem das horas era mais preciso do que a medição feita pelo relógio de sol, mas ainda não era totalmente exato. Com a evolução da tecnologia, surgiram novos mecanismos para medir a passagem do tempo.

Relógio de areia:

O relógio de areia, também denominado ampulheta, baseava-se no mesmo princípio do relógio de água. A areia corria de um recipiente para o outro por meio de um orifício. Tratava-se de uma ação constante, cujo intervalo de tempo era tido como valor de referência para medir as horas. Como dito anteriormente, a ampulheta servia para medir intervalos pequenos de tempo e exigia muita atenção para ser virada, pois quando a areia terminava de cair no recipiente de baixo tinha que ser virada de imediato; caso contrário, perder-se-ia de novo a noção do tempo.

Os relógios de areia começaram a ser utilizados em navios e igrejas para marcar as meias-horas. A invenção da ampulheta é atribuída a Luitprand, um monge de Chartres, que viveu no século VIII.

Esses tipos de relógios logo se difundiram principalmente em navios, onde eram utilizadas para marcar metades de horas e, depois, em igrejas. O aparecimento da ampulheta foi entre os séculos XV e XVI, quando passaram a demonstrar perícia e habilidade.

Os relógios dos tempos modernos: Do bolso ao pulso

A partir do século XIII, a invenção do relógio mecânico revolucionou a forma de medir as horas. Processos contínuos, repetições de processos oscilatórios, balanços de pêndulo e vibrações de cristais de quartzo tornaram a medição mais exata.

O relógio de bolso começou a circular por volta do ano 1500. O primeiro exemplar foi criado por Pedro Henlein, na cidade de Nuremberg e, dada a sua forma, foi apelidado de “Ovo de Nuremberg”

Inicialmente, era feito em ferro, com uma corda para cerca de 40 horas e uma mola espiral. Tinha um mecanismo para badalar e, durante muito tempo, representou uma revolução no campo das invenções na Europa.

Quando surgiram, os relógios de pulso eram utilizados apenas pelas classes alta e científica. Mas depressa se difundiram pelo resto da população. A comercialização esteve a cargo da empresa Patek Philippe, embora muitos acreditem que o seu inventor tenha sido Santos Dumont. O aeronauta brasileiro terá pedido ao seu assistente Cartier para prender o relógio de bolso ao pulso, por ser mais prático durante os voos.

Este objeto tornou-se popular durante a I Guerra Mundial, uma vez que os soldados precisavam de ter acesso às horas de forma rápida nos campos de batalha. Desde então, os mecanismos foram aperfeiçoados e as horas marcadas passaram a ser mais precisas.

A revolução dos relógios de pulso

Atualmente, existem diferentes tipos de relógios de pulso: relógios de quartzo, digitais e até atómicos. O desenvolvimento de vários estudos tornou a ciência da hora cada vez mais exata.

  • Relógio de Quartzo

Ao contrário dos anteriores, os atuais relógios de quartzo não são mecânicos. Em 1967, os cientistas descobriram como utilizar a radiação eletromagnética do césio e aplicá-la aos relógios. As cordas deram lugar a circuitos eletrônicos e vibrações eletromagnéticas.

Os relógios passaram a ser mais acessíveis economicamente. Hoje em dia, apesar de existirem modelos caros, cada vez mais pessoas têm acesso a esta tecnologia, além de existir uma enorme variedade de escolha.

Relógio digital

O relógio digital não é mecânico e funciona através de meios eletrônicos. A utilização de energia elétrica faz com que a bateria seja alimentada por uma pequena carga. Por sua vez, o cristal piezelétrico gera pulsos numa frequência constante, entre 50 e 60 Hz. A imagem das horas é apresentada num visor LED ou cristal líquido.

Esta tecnologia ajudou a difundir o uso do relógio em meados do século XX e início do século XXI, uma vez que a tecnologia era mais barata e precisa. Por essa razão, os relógios digitais passaram a ser cada vez mais utilizados no dia a dia.

Relógio atómico

O relógio atómico foi a grande descoberta do século XXI, pois a marcação das horas tem uma precisão 100 mil vezes superior a todos os outros modelos. Trata-se do relógio mais preciso do mundo, com uma margem de erro de 1 segundo a cada 65 mil anos.

Os elementos utilizados no funcionamento do relógio atómico são geralmente o hidrogénio, o rubídio e o césio. Dada a grande precisão, passou a ser utilizado para medir o tempo de experiências astronómicas e de ondas gravitacionais.

Cada época do desenvolvimento da sociedade é marcada pela criação de um relógio mais sofisticado. Desde o relógio de sol até ao atómico, constata-se a necessidade de o ser humano continuar à procura de uma maior precisão. O tempo está a contar… tic-tac, tic-tac!

Autor:

Henriques Cordeiro

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