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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Fé e razão

                                            Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra Gênesis 11, 8-9.

Os textos literários, seja de que ordem\gênero for, sempre nos ajuda a exemplificar\elucidar um pensamento, eles criam uma imagem, que nos permitem enxergar aquilo que está se lendo\ouvindo, ajuda a fazer ilações\insight. O conto de Babel, do Texto da Bíblia Hebraica, o primeiro livro, o Bereshit\Gênesis, vai nos servir como imagem\desenho para percebermos como um projeto\construção pode vir a ser emperrado\interrompido quando não se consegue entender os vários jogos de linguagens.

Este texto\comunicado científico de vertente teológica\filosófica, vai conversar com a teologia\Igreja e a ciência e tecnologia\razão. As vezes quando estamos dispostos a conversar é sinal que os ânimos estão mais amainados, por motivos entre outros, a embarcação\problemas parecem ser os mesmos. Neste breve comunicado não vou consultar\citar os vivos, só os mortos. Os vivos são mais cautelosos, mantém uma certa distância\direitos autorais, diferente dos mortos, mesmo quando, vez por outra, uma incorporação\especialista de um deles aparece reclamando o sentido próprio dado pelo morto, a gente corrige\agradece, mas não termina nos tribunais – os morto não reivindica direito autorais, salvo os que ainda tem familiares vivos.

Este comunicado vai ousar sustentar que há uma Verdade única e que razão\fé não se contra dizem\contrapõem-se, ambas se debruçam, trabalha\pesquisam tentando resolver o mesmo fenômeno. Embora os equipamentos do nosso mergulho venha da filosofia, fenomenologia\lógica dedutiva essas águas turvas\caudalosas são teológicas, de caráter apofático, vamos ter que ler a Bíblia.

Vamos ao problema: há um único material\matéria onde tudo se constituiu\originou-se – a ciência e a literatura judaico-cristã parece apontar para isso, houve uma pedra basilar.

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e um vento de Deus pairava sobre as águas…”.

.  Se tudo que há vem de uma mesma origem, segundo a Ciência\teologia judaico-cristã, tem que haver um elemento\unívoco em tudo, que nos aponte\remonte ao que é de fato originário\origens, que de agora em diante chamaremos de caos\desordem. A descrição do texto\Bíblia Hebraica diz que Javé-Deus no princípio se encontra num lugar desolador\sombrio, sem ordem aparente, um caos. Javé-Deus trabalha\transforma o caos em Cosmo. Não sabemos nada sobre o caos\desordem, se foi efeito de uma explosão e o material descrito seja restos\escombros do estouro, material poroso\enfraquecido. Mas isso a gente não tem como saber\afirmar, o texto silencia\nada nos diz. Mas o texto diz que é daquele estado caótico\desorganizado, que Javé-Deus forma o Cosmo como hoje o conhecemos.

Hoje a gente sabe que há um elemento unívoco no Cosmo que ao mesmo tempo que aponta para a origem, aponta para o princípio da diversidade – o caos\desordem. O ferro enferruja, a madeira apodrece, a alvenaria se esfarela\desintegra-se, os seres animados, gênero humano\animais sofrem a degenerescência. A literatura judaico-cristã\Bíblia Hebraica, relata que o Cosmo foi um trabalho a partir do caos\desordem, material\matéria que Javé-Deus tinha a disposição. Pelo trabalho veio o Cosmo do caos\desordem, que permanece na ausência do trabalho.

Javé-Deus trabalha transformando caos\desordem, em Cosmo

O Cosmo tende a desordem\caos, na ausência do trabalho

Logo, quem sustenta o Cosmo é o trabalho

As coisas na sua ordem natural, me parece, não evoluem, não são fixas, elas tendem a sua origem, caos\desordem. Já temos alguns elementos para trabalhar fé\razão. Tudo se resume no trabalho, caos\Cosmos são faces de uma mesma moeda determinada pelo trabalho ou sua ausência.

E agora temos que falar de metafísica. A gente sabe que o assunto remonta a Platão\mito da caverna. Parece que o mundo que conhecemos e tudo que o circunda é segundo a literatura judaico-cristã\Bíblia Hebraica, de caráter metafisico\transcendente. Neste sentido tudo é metafísico – o mundo é metafísico, se não na sua composição\origem, o é na sua confecção\trabalho. Há um aspecto contingente na origem que o trabalho quer corrigir, é disso que a fé\razão se ocupa.  A teologia cristã é um braço da filosofia que se ocupa em entender o aspecto metafísico da religião, há mais de dois mil anos os cristão vem trabalhando\pesquisando, produzindo textos, esse trabalho todo resultou no Ocidente. O que a teologia cristã não percebeu é que o problema não é metafísico – Deus existe. O problema é contingente, remonta ao material de origem que Javé-Deus quer corrigir. A nossa única saída é o trabalho\ pesquisa, corrigir o aspecto contingente do material originário – combater a feição caótica\desorganizada do material de origem presente em todas as coisas. A gente só vai conseguir vencer essa grande\enorme crise, unindo fé e razão – chega de dicotomia. Ou a gente\todo mundo trabalha\emprego pleno ou o universo vai desaparecer.

“Um novo artigo publicado nesta quarta-feira tenta dar novas ideias para sustentar uma hipótese bastante controversa no meio científico: a do Cenário Ecpirótico, que tenta explicar que nosso universo é infinito e existe em um ciclo interminável de expansão e compressão. Ou seja, o Big Bang não é a origem do cosmos, mas sim apenas um novo ciclo que se repete desde sempre[1]”.


[1] https://canaltech.com.br/espaco/estudo-apoia-a-hipotese-de-que-o-universo-se-encolhera-ate-um-novo-big-bang-170972/

Autoria:

Francis Nogueira Macedo 

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