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terça-feira, 16 de abril de 2024

O Holocausto Brasileiro – Conheça o Museu da Loucura

Localizado atualmente na rua 14 de Agosto, S/Nº – Bairro Floresta – Floresta, Barbacena – MG, 36202-850.

[…] Máquinas de eletrochoque, equipamentos utilizados na lobotomia, algemas, grades, livros que registram corpos vendidos e até mesmo o crânio de um antigo paciente. O espaço, que já foi o maior hospício do país, hoje abriga um museu em Minas Gerais que guarda histórias do local do chamado “Holocausto Brasileiro”.  Inaugurado em agosto de 1996 e localizado na cidade de Barbacena, a cerca de 170 km de Belo Horizonte, o Museu da Loucura apresenta um resgate histórico da assistência psiquiátrica no Estado e ajuda a contar a história do antigo Hospital Colônia de Barbacena. O prédio antigo, parte das instalações originais do antigo hospital, hoje chamado de Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, guarda uma história de sofrimento e desumanização que marcou a psiquiatria brasileira por décadas.

Diante do que fora apresentado na obra original da escritora Daniela Arbex, não deixa de apresentar atualmente pontos relevantes relacionado ao maior genocídio decorrido na década de 1960 e 1970 e não somente trazendo uma pauta importantíssima sobre a Luta Antimanicomial, mas, também das diversas violações de Direitos que ocorreram naquele local, ao findar da Segunda Guerra Mundial. Relato de uma das vítimas: Eu estava de blusa e saia. Ele tirou minha calcinha e fez maldade comigo. Depois me deixou no mato, ensanguentada, chorando de dor. Fui encontrada pela polícia, que me levou de volta. A dor mais forte, porém, eu senti no coração. Pensei que fosse morrer ali. Acho que morri um pouco — conta Elzinha aos sessenta e sete anos. Enquanto fala, ela mantém sobre o colo a boneca que não teve na infância, época em que foi internada em virtude de crises de epilepsia. Sobre as décadas de internação, ela se lembra de tudo, menos de ter brincado.

Também sendo expostos ao mais degradante tratamento pelos funcionários daquele Hospital Colônia de Barbacena, torturados, agredidos tanto fisicamente quanto psicologicamente, sexualmente e emocionalmente, chegando a ponto de serem eletrocutados para satisfazer as reais vontades de seus agressores que nunca acabavam. As imagens que foram registradas do local, acabam surpreendendo muitos que deparam de frente com o horror destes relatos desta história marcante que ocorreu em Belo Horizonte e nas demais regiões do Estado de Minas Gerais, importante conceituar que, a maioria das pessoas que foram levadas pelo “Trem Doido” para este local que 70% delas, não tinham nenhum diagnóstico comprovado de insanidade, débil ou retardado mental, mas, foram internados neste local contra a sua vontade e sido totalmente privados de seus Direitos tendo sua liberdade totalmente privada sobre aquelas condições que lhes foram impostas. Diante destes tipos de crimes e violações ocorridas por parte dos funcionários e da Administração que muitos perderam a devida sanidade mental, aceitando aquelas condições desumanas. Atualmente temos sim, presenciado este tipo de cenário ocorrendo em nossa sociedade, chegando em níveis totalmente surreais em pleno século XXI, mesmo o paciente que realiza o devido tratamento em um psicólogo, aquele por não saber do que deve ser feito dada a circunstância dos fatos que lhes foram apresentados tentam realizar este tipo de internação, sem consentimento por parte do paciente chegando a passar medicamentos e omitir informações sobre seu real estado para realizar a internação do indivíduo em uma clínica psiquiátrica contra a sua vontade ou consultando outros. Assim como temos presenciado, diversos tipos de violações de Direitos no Brasil, percebe-se que pode em alguns casos haver estes tipos de tratamentos desumanos e surreais nesses ambientes e o ponto que desejo chegar é que o Hospital Colônia de Barbacena acabou sendo o principal exemplo para a nossa sociedade formada, não cometer estes tipos de erros como ocorreu no passado em 1960, mas, fazer diferente e dar o devido tratamento necessário para estas pessoas desde que, seja comprovada a insanidade, todavia, não apresentando tais irregularidades neste tipo de tratamento e nem violações dos Direitos destas Pessoas. Também vale relembrar da figura de Leopoldo II da Bélgica que foi responsável pela morte de aproximadamente 15 milhões de pessoas na gigantesca área da África que até o início do século XX pertenceu ao rei da Bélgica era tamanho que o processo é hoje apelidado de “Holocausto Esquecido”. A exploração do látex, do marfim e a mineração encherem os cofres do rei e patrocinaram o genocídio: empregados que não cumpriam metas tinham os pés e as mãos decepados aos milhões, e as condições de vida eram tão precárias que morriam de fome ou doença os que não morriam assassinados pelo exército. Estupros eram cometidos em massa, e crianças também sofriam amputações…

Entretanto, acaba sendo mais triste é ver pessoas apoiado tal tipo de regime ou autarquia, mas, não tem a ciência dos efeitos que podem resultar ao todo em nosso Estado. Cabe relembrar que este era um Campo de Concentração, todavia, quando falamos sobre esse tipo de assunto, não deixamos de relembrar do ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial e do fechamento que o Brasil teve em 1937 do Congresso Nacional. Anos mais tarde, dando surgimento para uma Ditadura Militar quando os demais poderes perderam a autoridade e muitos Direitos foram revogados da nossa sociedade e sendo concentrado somente a necessidade de um único representante que julgava aquilo que fosse uma norma constitucional ou inconstitucional, mas, não se importava com a Dignidade Humana e os efeitos que surtiram em nossa sociedade. Sendo assim, mesmo sendo algo que ocorreu no passado, ainda presenciamos estes tipos de eventos e o mais recente são os crime cometidos pela Rússia durante este conflito contra a Ucrânia que completou aproximadamente cerca de três meses e o povo sofre nas mãos deste Ditador que não tem nenhum tipo de caráter e nem se quer respeito para com seu próprio povo chegando ponto de ataca-los para trás das grades, prendendo idosas, crianças e todos aqueles que acabam opondo-se durante esta Operação Militar que está ocorrendo desde o início de março deste ano e ditar as próprias regras em seu Estado diante deste ato antidemocrático e destas violações de Direitos e Tratados Internacionais.

Autor:

Calton Carcovichi

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