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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Religião e uso da má-fé por falsos religiosos/messiânicos

Sou Católico Apostólico Romano praticante, mas não sou beato. Acredito que sou cristão por conta de minha mãe, que depois de ter me conduzido a seguir essa crença, andou por outros caminhos. Estradas que a seu modo de ver poderiam facilitar a alçar seus desejos. Pensava, acredito, que seria possível conseguir coisas por meio de magia. Como muitos cristãos, que acreditam em um Deus mágico.

Na realidade, não acredito em religião — Cristianismo, Espiritismo, Judaísmo, Sikhismo, Budismo, Religião Tradicional Chinesa (Termo que designa a complexa interação entre diferenças crenças religiosas e tradições filosóficas na China), Hinduísmo, Islamismo — e tantas outras que não cabe enumerar. Acredito em Deus, ainda que o mesmo não possa ser explicado. Diria que a questão é muito pessoal. Se eu tivesse nascido no Japão, talvez seria budista; Em Israel, poderia ser judeu; no Irã, islâmico; e assim por diante. No Paquistão talvez não poderia me declarar ateísta.

Sou cristão católico pelo apego aos valores históricos de meus antepassados. Mas durante algum tempo estive experienciando outras realidades, que aliás, me fizeram voltar à crença de berço. Estou satisfeito assim.

Casei-me no catolicismo, mas a vida tem ensinado que ser fiel é grande desafio. Principalmente quando no próprio convívio familiar é preciso habituar-se ao diverso. Mas os ensinamentos que obtive me dão sustentação para prosseguir, não como ‘religioso’ tal como eram alguns seguidores hipócritas do Judaísmo (digo eram, para deixar claro que essa crença já não segue a hipocrisia de dois mil anos atrás) como são alguns cristãos no tempo atual.

Embora crente em Deus (que ninguém explica), e, me colocar numa posição de que crença é coisa pessoal, tenho sentido nojo (não de crenças) de líderes ‘religiosos’ que usam a ignorância humana como forma de acúmulo de riqueza, controle e poder, quando vagabundos extorquem pobres (por que além de pobres, são inábeis). E alguns entregam tudo sob a promessa daquilo que jamais lhe será dado. São líderes abomináveis.

Nos últimos dias isso ficou claro no lance em que foi flagrado o ex-ministro do Ministério da Educação (MEC), alguns pastoreso carnífice do Planalto que ora é intitulado presidente, traficando dinheiro público em nome de Deus. Não se pode negar a boa intenção dos larápios: entregar Bíblias aos fiéis com o nome do verdugo presidente como forma de propaganda eleitoral em troca de ‘barrinhas’ de ouro ou malas de Lobo Guará (nunca vi uma cédula desse animal). E isso é apenas a ponta de um iceberg daquilo que muitas ‘igrejas’ e “religiosos” — entre aspas por me referir àqueles que usam a igreja como forma de moralismo, enriquecimento e obtenção indevida de poderes, os falsos messias.

Mas os larápios não param por aí. Basta acessarmos os meios de comunicação e veremos que o movimento de roubalheira está, a cada dia que passa, se tornando uma rede. A distribuição de ônibus escolar para atender aliados à campanha do tortugo é grande exemplo disso.

Não vamos entrar em detalhes quanto a governos teocráticos que matam homossexuais, cometem suicídios grupais, apedrejam mulheres, castram e obrigam entrega de salários e outras riquezas como forma de dízimo. Acolá de cometerem outras loucuras em nome de Deus.

No Brasil, apesar de mecanismos diferentes, assistimos atrocidades próximas a isso, pois, grande quantidade de ‘religiosos/messias’, utilizam a ausência de conhecimento (ignorância mesmo) e a boa-fé de pessoas para extorqui-las de todas as formas. Sem desconsiderar que esse grupo tornou-se poderosíssimo, e tem sob seu comando, grande parte de força política e da imprensa brasileira, o que lhes facilita a propagação do ódio, na maioria das vezes, por incentivo de um “pastor” (as aspas são para justificar que há exceções), apesar do neopentecostalíssimo, de maneira geral, ser o braço de propagação da Teologia da prosperidade.

Infelizmente, existem cristãos despercebidos — o gado — que mesmo seguidores do Deus que diz não matarás, seguem o Messias que defende porte de armas, aniquilamento dos povos indígenas, desrespeito às minorias e tantas outras atrocidades condenadas pelo Messias Jesus, que, de acordo com o Cristianismo, pregava a misericórdia, o perdão, o acolhimento.

E existem aqueles que acreditam que sua miséria é o caminho para a salvação, mesmo sabendo que sua desgraça esteja enriquecendo seus pastores, e, que o messias presidente, a cada dia, os torna mais pobres e miseráveis. Ou analisando por outro ângulo, parte da liderança neopentecostal e seus defensores aderiu à doutrina calvinista de que a miséria é prova do pecado e a situação econômica de cada um, é fruto de predestinação.

Apesar de acreditar em céu e inferno, penso que esses pastores/líderes (com as devidas exceções, evidentemente) neopentecostais — padres também — não creem em nenhuma das situações. Por isso, enganam e roubam sem menores preocupações. Que se danem. Eles e seus seguidores, incluindo o Messias/presidente/CapitãoCloroquina (tudo junto mesmo). Que o diabo os carregue para o quinto dos infernos. Mas que apesar de tudo, Deus tenha misericórdia deles.

Peço que ateus e não cristãos desconsiderem, mas será uma grande tragédia para nós se Jesus, em seu retorno a esse mundo, disser o que disse aos judeus na sua primeira vinda à Terra: ‘vocês julgam ser meus discípulos, mas na realidade não acreditam em nada!’.

Autor:

Pedro Paulino da Silva

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