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quinta-feira, 21 de março de 2024

Consolo aos oprimidos.

A Bíblia diz: Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22). Quando pensamos no sofrimento da humanidade, nas pessoas que choram e tanto padecem neste mundo, muitas vezes tendo como causa a guerra, que por sua vez produz não somente a violência, como também a fome nos campos de refugiados e genocídios nas comunidades. Mas não nos deprimimos somente com a violência na humanidade, padecemos também quando voltamos nossos olhos para a natureza ao vê-la degradada dia após dia pela avareza e ambição do homem, ao ver os animais que sofrem pelo martírio de sustentar a cadeia alimentar, nos animais de estimação abandonados e maltratados nas ruas, em desastres naturais que ceifam tantas vidas. Quando pensamos nestas coisas, difícil não vir à mente o clamor: Maranata! Vem Senhor Jesus! Porque somente com a vinda de Cristo que deixaremos de chorar e de ver pessoas passando por agonias sem fim neste mundo. E por que há tanto sofrimento neste mundo? A Queda do homem é a origem e a causa de todo sofrimento, pois foi ela que desencadeou as aflições de todas as criaturas deste mundo.

O desequilíbrio social é uma das angústias que tem afligido a humanidade. Quando olhamos para este mal, dificilmente deixamos de pensar que parece haver tremenda injustiça da parte de Deus pela forma como uns são favorecidos com tanto, enquanto que outros são penalizados por possuírem tão pouco ou até mesmo quase nada. Não é fácil ver tanta fartura na mesa de algumas pessoas e tanta escassez, fome e miséria na mesa de outros. Entretanto, esta desigualdade não é culpa de Deus, mas do próprio homem que fez sua escolha lá no Jardim do Éden. Tanto Adão como Eva eram completos quando viviam no Jardim, nada lhes faltavam e nenhum deles era melhor que o outro e nem um possuía mais que o outro. Esta igualdade foi abalada quando desobedeceram a Deus. Após a queda, assim fez o Senhor: E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará (Gn 3.16). E quanto ao homem: E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás (Gn 3.17-19). Ao serem expulsos do Éden por causa do pecado, a igualdade entre ambos já não era a mesma, pois Deus já havia colocado restrições à mulher em relação ao homem e atribuído angústias na vida do homem. A partir daí a desigualdade no mundo só cresceu e oprime tanto a humanidade como a natureza até hoje.

Outro fator que contribui para aumentar a aflição no mundo é o egoísmo da natureza humana. Cada um pensa somente em si próprio e está preocupado tão somente com seu bel prazer. Apesar de esse pensar em si próprio estar presente em todos os tempos da história da humanidade, nos dias de hoje o vemos muito mais acentuado. Isso não deve nos deixar surpresos porque Paulo, falando sobre os últimos dias, disse: Pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes(2 Tm 3.2). Paulo descreve aqui um panorama geral dos dias de hoje. Este egoísmo do homem oprime seu próximo e faz as pessoas não se preocuparem com a dor alheia, de forma que as lágrimas dos oprimidos refletem a falta de amor, compaixão e misericórdia existente entre os seres humanos. Na maior aflição de minha vida, uma pessoa muito querida me disse: Não se abate por causa das pessoas porque ninguém está nem aí para você. E é isso mesmo que acontece por aí, pois poucos se importam com suas lágrimas, com sua dor, com seu sofrimento, com sua aflição.

Mais um fato que espalha angústia e sofrimento entre as pessoas é a violência do homem. É impressionante a insensibilidade do homem quanto à dor de seu próximo. É triste de ver a capacidade do homem de maltratar e até mesmo matar àquele que lhe pede por clemência e misericórdia. Desde Caim a violência acompanha a humanidade de forma que desde lá sempre houve violência sobre a terra, mas parece que nunca de uma forma tão intensa e abrangedora como nos dias de hoje. Foi o tempo em que os maiores medos do homem eram apenas das guerras e das tragédias da natureza. Hoje, seu maior medo é o próprio homem e este pavor nos faz sentir totalmente inseguros, desprotegidos e nos tornam prisioneiros dentro de nossa própria casa, sendo necessário, muitas vezes, ajuda psicológica para que o pavor da violência não domine nossas vidas. O ponto de partida para uma sociedade não violenta é o exercício da solidariedade e da empatia, que é quando sentimos a dor do outro como se fosse a nossa, mas viver esta realidade antes da volta de Jesus Cristo parece mais uma utopia.

Salomão fala das opressões e injustiças que há debaixo do sol: Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos (Ec 4.1). Ele diz que os oprimidos não eram consolados, que não havia paz para os aflitos. Contudo, quando lemos o Evangelho, vemos que foi para este fim que Jesus Cristo veio ao mundo, para consolar e amparar os aflitos. Sua missão era quebrar as cadeias da opressão do pecado e libertar o homem de sua escravidão, oferecendo-lhe a vida eterna. Jesus se tornou o consolador da humanidade e traz a esperança de que o poder dos opressores um dia será quebrado. Suas palavras são como bálsamo para o coração aflito, pois Ele diz: Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11:28-30). As palavras de Jesus trazem a certeza de que há repouso em seus braços de amor, que há consolo na aflição, que há conforto na opressão. Ainda que o poder do inimigo pareça destruidor, nós podemos ter a certeza de que no Calvário a vitória já foi garantida. Portanto, meu amigo, se você está amargurado e aflito, Jesus pode aliviar a sua dor e acalmar a sua alma e te trazer paz e descanso. Se você se sente oprimido por alguma coisa, ou por alguém, levante os olhos para o alto, coloque o joelho no chão, e clame àquele que pode te consolar, te salvar e te dar descanso, alívio e paz. Que o poder revigorador de Jesus Cristo tome conta da sua vida nesta hora e para sempre! Amém!

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Autor:

Luiz Lobianco, Formado em Letras pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Pós-graduado em Metodologia Científica do Ensino Superior pela Faculdade de Rolim de Moura – FAROL.

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