A obra literária de F. M. Dostoiévski é o modelo máximo do realismo russo. Ela retrata a decadência e a enfermidade do homem; nela tudo declina, deteriora-se, e todos agonizam em meio ao charco. Entretanto, não se propõe promover a miséria do ser humano, visto que apesar de anunciar a sua queda, avança em direção a uma resolução de ordem teológica, e não meramente psicológica. As principais obras do autor russo evocam a antinomia e o paradoxo, que são centrais à problemática da salvação em Dostoiévski: os homens caíram e sujaram-se pelo pecado; cindidos, a lembrança da inocência os pesa; quando já conscientes, anseiam retornar a ela pelo arrependimento. O presente escrito propõe-se demonstrar por que este esquema é fundamental para o significado último dos escritos do gênio literário russo, e também traçar uma análise tanto da relação da angústia com a salvação em sua obra, como também a forma com que sua realização depende da teologia mística ortodoxa.
Autor:
Felipe Bertoldo
Muito bom meu amigo, que trabalho excelente que você tem feito, sou grato por acompanhar isso tudo.