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sexta-feira, 19 de abril de 2024

A paz dos fortes

   O Inverno Nuclear é iminente. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, estamos diante do risco de extinção da humanidade. A Rússia ainda não decidiu explodir o mundo, eu, aqui, fico a pensar no conceito de paz para um mundo militarizado.
   Enquanto russo, saber que o meu país não pode ser atacado por ser uma “potência nuclear” é o mais frágil dos sentimentos de segurança possível. Isso é a própria miséria moral. É o fracasso total da Humanidade.
 Não sou uma pessoa religiosa, não acredito em destino sobre determinado por uma entidade metafísica. Aliás, nem acredito em destino. O que tento explicitar aqui é resultado de vivência pessoal e de impressões indeléveis que o mundo deixou em mim:
  Vivo nesse planetinha chamado Terra onde dois terços da sua área total são cobertos por água. Eu e os meus 7 bilhões coetâneos vivemos numa frágil relação com a nossa mãe: a Terra. Mãe ou Madrasta? Cabe a nós, humanos, decidirmos (ainda dá tempo) se queremos um planeta só pra nós ou se queremos entrar de fato em harmonia com todos os seres, os visíveis e os invisíveis que coabitam conosco. Vale lembrar que a Terra ficou bilhões e mais bilhões de anos desabitada de nós, que inauguramos o período denominado “Antropoceno”, decerto transitório e de uma finitude reveladora.
   Nós precisamos da Terra, mas o planeta não precisa dos humanos. Essa é a profunda verdade que dói. Uma verdade que nos revela a nossa insignificância. Somos um grão de areia na infinitude de tudo que existe e existirá. Da frente para trás e de trás para frente, não sabemos, o tempo se esvai e se recompõe.
Saindo da estratosfera e pisando no chão duro da realidade, o que podemos esperar de nós mesmos, humanos? Viemos do húmus, comemos daquilo que a Terra nos oferece, plantamos e colhemos do chão e do coração da nossa Mãe.
Putin, em seus discursos sem muita expressão facial, segue seu destino de minar de informações desconexas a própria nação russa. Tem diante de si um painel com vários botões de comando para seguir com sua “Operação” de reunir dois países que se distanciaram culturalmente há mais de uma década. Tudo em nome de uma certa paz. Comunica ordens de ataque a seus subordinados e, como chefe de uma nação nuclear, pensa que tudo pode em nome da sua verdade: criar um estado russo forte como antes. Ditador, carrega a mão pesada contra o seu próprio povo. Reprime e manda matar. Matar e destruir é o que lhe resta fazer. Não poupa crianças enfermas, nem mulheres grávidas de futuro, quando bombardeia hospitais e maternidades. Para a sua sanha sanguinária não há limites. 
   Seria ele capaz de explodir o planeta e impor a paz dos fortes? Ou será que, numa falha nos circuitos de segurança, os computadores assumirão o comando e destruirão o que resta do pouco de nós, que lutamos pela sobrevivência neste planeta, possível somente se nos mantivermos em paz com a natureza?

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