São Paulo, SP. 25/1/2022 – Iniciativas públicas e privadas de combate estão presentes no Brasil e no mundo
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2013, as doenças crônicas não transmissíveis atingem 40% da população mundial. O diabetes, por exemplo, é uma doença crônica e sem cura que afeta 15,7 milhões pessoas adultas no Brasil e 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos em todo o mundo, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla da nomenclatura em inglês).
Quando se fala em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, usuárias de insulina, o país aparece em 3° lugar no mundo (92,4 mil, só entre jovens de 0 a 19 anos). Já em relação aos gastos com a doença, segundo o IDF Diabetes Atlas de 2021, o Brasil figura como 29° que mais gasta anualmente por pessoa com diabetes no mundo.
Linguagem Importa
Uma iniciativa liderada pelo FórumDCNTs, aliança não governamental que reúne instituições dos setores público, privado e terceiro setor, foi em relação à linguagem utilizada por profissionais de saúde, de comunicação e população envolvida no enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Um dos exemplos desse tipo de ação, citado no Guia “Linguagem Importa!”, disponível gratuitamente na página da organização é o uso da palavra “doente de diabetes” que, deve ser substituído por “pessoa(s) com… (diabetes) ou ainda trocar “fulano tem diabetes” por “fulano é portador de diabetes”.
“Assim como já disponível em outros países, incluindo Austrália, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, está será uma referência para atualizar a linguagem usada por profissionais de saúde, imprensa e demais interessados” afirma o coordenador do Fórum de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (FórumDCNTs), Dr. Mark Barone. Esse material tem como propósito facilitar a comunicação, evitar estigmas e melhorar o engajamento da população em comportamentos saudáveis e autocuidados de pessoas com condições crônicas não transmissíveis (CCNTs) de forma inclusiva, segundo o profissional.
Apesar de novidade no Brasil, na Inglaterra, por exemplo, recomendações similares foram já oficialmente adotadas pelo sistema nacional de saúde (NHS, 2018). Como resultado, este movimento global tem sido compilado em plataformas como a Language Matters Diabetes e a Obesity Action Coaliton. A cada ano o movimento se expande globalmente, reconhecendo o papel da imprensa e dos veículos de comunicação no combate aos estereótipos, dos profissionais de saúde na valorização das pessoas com CCNTs, e da sociedade bem-informada.
“A forma de se comunicar, incluindo o tom da mensagem, a escolha das palavras, a linguagem corporal, e a demonstração de empatia possuem um papel muito importante no entendimento, nos cuidados necessários e no engajamento para o seguimento dos cuidados. Os profissionais de saúde e cuidadores das pessoas que vivem com diabetes e outras condições crônicas precisam estar atentos à importância da comunicação para promoverem ações positivas de conduta”, afirma Katia de Pinho Campos, Technical Officer na Organização Mundial da Saúde (OMS).
Link para o guia “Linguagem Importa!”: https://drive.google.com/file/d/1M5m2Uidf0GSM-FK4Iv-pGZnzQp5Fu4zf/view?usp=sharing