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terça-feira, 23 de abril de 2024

A influência do nervo vago no governo de Jair e de seus eleitores “religiosos”

Recentemente, uma amiga postou em meu facebook comentário de elogios ao presidente Jair. Na postagem, nem percebeu, ou o fez de propósito, trazendo à tona o termo ‘petralha’ que remete aos personagens atrapalhados das histórias em quadrinhos e dos desenhos animados da Disney, os Irmãos Metralha. Vale esclarecer que o termo foi criado pelos antipetistas/bolsonaristas, certamente, uma ofensa a todos os filiados ao Partido dos Trabalhadores, e, por tabela, seus apoiadores, considerando que o desenho traça os personagens como criminosos. Fingi de demente numa compreensão que em se tratando de política a tolerância deve estar acima de qualquer situação. Por outro lado, se petistas e apoiadores/simpatizantes são ‘petralhas’, bolsonaristas e seus apoiadores/simpatizantes são os verdadeiros ‘metralhas’, pois são estes que ficam fazendo gestos de arminhas como forma de difundirem a ideologia da morte. 

Não nego que desde quando comecei a votar, há 43 anos, assumi posição contrária à ditadura militar e ao partido dela, pois, como filho de trabalhador braçal, analfabeto e pobre não faria sentido abraçar a causa do patrão e de governo ou lideranças políticas favoráveis à exploração de mão de obra barata e defensores do capitalismo selvagem a que estamos submetidos.

A posição assumida não implica em ser radical, embora o termo remeta à ideia de que tal adjetivo pode ser atribuído ao sujeito conhecedor da raiz do problema.

É verdade que grande parte daqueles que elegeram o atual presidente já percebeu que cometeu grande equívoco, pois, o ‘coiso’ tem mostrado claramente que não possui competência nem condições éticas, morais e emocionais para o exercício da presidência. Por esse motivo, optam pela ofensa aos contrários. Porém, o que mais surpreende é a quantidade de pessoas que ainda defendem sua permanência e/ou continuidade no governo, numa possível reeleição em 2022.

Parece que estamos vivendo um tempo em que as pessoas perderam a noção. A impressão que se tem é que o país vive um radicalismo invertido, quando lideranças de algumas crenças — é bom que fique claro que não se trata de generalização, pois não são todas as lideranças nem todos os neopentecostais os responsáveis por essa desgraça implantada no Brasil — assumiram comportamento em defesa de seus interesses “religiosos” — o termo “religiosos” ente aspas é em referência àquelas pessoas que são membras de igrejas mas não a vivem em sua plenitude  —, numa perspectiva de impor suas prerrogativas a outros, chegando próximo ao que pode ser compreendido como uma teocracia. São farisaicos travestidos de santos que não aceitam o modo de vida diferente da deles, satanizando o comportamento alheio, numa tentativa de abolir direitos, ao invés de praticarem o Cristianismo que tanto acastelam. São “religiosos” homicidas, pois defendem os ideais de um governante defensor de assassinatos.

A indignação não é por conta da defesa do presidente incompetente por parcela de seus seguidores, mas pela ausência de motivações para isso, pois o mesmo não tem mérito para governar. Ao contrário, seu comportamento tem sido, a cada dia, mais inescrupuloso e suas ações mostram claramente sua incapacidade para ocupar o cargo, considerando suas grosserias, tanto no modo de se expressar quanto na maneira de agir. Aliás, quando se expressa já nos envergonha, pois, ao que tudo indica, não absorveu as lições de Língua Portuguesa, se é que passou por alguma escola, senão a militar. Como ele mesmo já disse, o que ele sabe fazer é matar.

Não restam dúvidas que sua vitória ocorreu por conta da omissão de muitos eleitores que se recusaram a irem às urnas em 2018 e ao apoio de “religiosos” conservadores que se valeram do moralismo conservador. Quando tratamos de “religiosos”, não estamos falando de verdadeiros cristãos — ou outra crença —, mas daqueles que ‘batem ponto’ nos templos que congregam. E nenhuma crença que teve liderança apoiando esse sujeito pode ser poupada dessa acusação.

Aqueles que não votaram no ‘coiso’ já tinham conhecimento da sua incompetência e de seu passado obscuro. E acertaram, pois, depois de pouco mais de quatro meses à frente do executivo federal vieram à tona as rachadinhas; a mansão de 14 milhões de reais comprada por seis; mudanças no COAF, onde de acordo com a imprensa, a oposição e vários eleitores seus, ocorreu para ajudar seu filho Flávio, numa tentativa de suavizar as investigações sobre crimes financeiros; além do negacionismo e de ausência de ação sanitária, práticas homicidas, ataques às instituições, e ensaios de golpe de estado. Enfim, aliou-se a políticos iguais a ele (sujos mesmo) e entregou o país ao Centrão, assumindo total descompromisso com a estabilidade econômica, cujos resultados podem ser vistos por meio do crescimento de esfomeados, do descontrole do déficit fiscal, da volta da inflação, da queda de postos de trabalho, do isolamento/ridicularização do Brasil em âmbito internacional.

Porém, nenhuma discussão será esgotada enquanto Jair estiver ocupando o cargo de presidente. Entretanto, juro que queria que ele tivesse feito alguma coisa que fosse digna de elogios.

Mas o país tem conhecimento dos problemas de saúde do povo e do Jair. E, embora Jair não acredite, a Ciência explica que o intestino possui conexão com o cérebro e que esse está diretamente ligado ao encéfalo através do nervo vago, exercendo muita influência no humor das pessoas — ao que tudo indica, no caso dele, na competência também.

Para não dar crédito a golpes, o jeito é esperar a eleição de outubro de 2022, embora se saiba que muitos eleitores, principalmente os “religiosos” pensam com cérebro de camarão. E a massa cerebral de camarões é composta por seu intestino.

Glória. Aleluia. Salve.

Autor:

Pedro Paulino da Silva. Graduado em Ciências Sociais.

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