Esqueçamos o termo conflito de interesses e vamos dar um voto de confiança aos homens de boa vontade que trabalham pelo bem da humanidade. Sendo assim não há como se possa negar de forma irrefutável que toda a humanidade vem sendo empregada em um grande experimento, um colossal estudo de coorte, um experimento observacional onde todos os componentes são seguidos e os eventos acontecidos com cada participante são monitorados. Entramos todos nessa coorte como já disse em meio ao desespero da pandemia sem direito nem a um termo de consentimento livre e esclarecido algo que outrora fora fundamental que aparentemente se tornará supérfluo. A única satisfação que é dada a todos é que os laboratórios não se responsabilizam por efeitos adversos que porventura as vacinas causem. Se a pandemia não tivesse terminado se justificariam tais experimentos, porém agora, com calma e lucidez, o desenvolvimento racional de uma vacina dose única semelhante ás da Influenza e H1N1 poderia ser tentado.
Parênteses para o fim da pandemia, como assim acabou? Mas uma vez perguntas lógicas com respostas lógicas podem nos ajudar a encontrar as respostas. Quantos novos hospitais de campanhas foram abertos nos últimos tempos, se é que tem algum funcionando ainda? Quantos hospitais possuem atualmente um setor, uma ala, uma enfermaria lotada somente com pacientes com covid-19? Quantas UTIs possuem leitos ocupados com pacientes graves com o covid-19 em ventilação mecânica enquanto vários outros pacientes esperam para ser admitidos nesses mesmos leitos? Se a resposta a esta pergunta for não ou nenhum temos então nossa resposta sobre o fim da pandemia. Mas e a variante Omicron? Se fossemos dar um nome a cada variante do vírus Influenza que aparece todos os anos, o mesmo da gripe espanhola que matou dez vezes mais pessoas que o covid-19, talvez o mundo voltasse a se assustar, claro, se não fosse o fato que normalmente as variantes são muito menos letais que o vírus original. Melhor nem dar ideia. O fato é que as perguntas sobre leitos hospitalares de uti e enfermaria também servem para responder sobre a gravidade e incidência dessa variante do covid-19 e é bom avisar, aparecerão mais variantes como é normal acontecer com todos os vírus desde que Adão e Eva saíram do Paraiso.
Mas voltemos ao fato de que estamos sendo objeto de um experimento, e não digo isto simplesmente como uma crítica indignada, o impacto da pandemia numa era globalizada assustou o mundo inteiro, é razoável que os cientistas quebrem a cabeça tentando em meio a tantas dúvidas encontrar uma resposta ás várias questões que surgiram na prevenção e tratamento. Minha crítica vai ao fato de que eles não admitem o óbvio, que estão buscando respostas, que não tem e não podem ter certeza da maioria dos dilemas em tão pouco tempo. E o pior, sem possuir convicção sobre o efeito benéfico da vacina, e com nenhum estudo, ao menos não revelado, sobre os possíveis efeitos maléficos pretendem arrastar jovens e crianças, populações de baixíssimo e irrisório risco em adquirir ou morrer da doença, para o experimento. Evidentemente muitas vozes convictas e indignadas se levantarão em protesto, para a afirmação que o mundo se tornou cobaia de um experimento científico. Existe uma estranha letargia, uma resiliência surda, uma incapacidade de observar os acontecimentos e contradições mais banais. Não sou um bom observador se comparado a uma mulher que vê, ouve e interpreta praticamente cada detalhe no raio de alcance de sua visão, porém não é necessário ser um detetive sagaz e nem tampouco um cientista, um virologista ganhador de um Nobel para tirar conclusões de eventos tão explícitos, basta usar a lógica cartesiana.
Pois bem, a vacina, uma quimera durante a pandemia, uma esperança que eliminaria todos os nossos temores e o mundo todo voltaria ao normal caso fosse desenvolvida, surpreendendo a todos, testada preliminarmente em um tempo recorde justificado pela urgência e gravidade da situação numa demonstração assombrosa dos avanços da tecnologia, se tornou um objeto de conflito. Antes da pandemia a expectativa era que a vacina não poderia ser desenvolvida num espaço de tempo menor que cinco anos. Conseguimos, testada e aprovada pelas agencias mundiais de saúde para serem aplicadas em duas doses em um intervalo de 3 meses, era preciso ter paciência para alcançar a imunização plena. Mas…um ano depois e o cenário mudou, constatou-se que duas doses não eram suficientes para impedir a doença (na opinião deles), e aquela certeza da imunização plena com duas picadas exigiu uma terceira picada de modo que como tudo na ciência o que parecia certo, definitivo, exigia mais estudos e experiências. De volta a prancheta já se discute que a terceira dose também não será o bastante, talvez na quarta dose quem sabe. Pior, a confiança nas vacinas que foram desenvolvidas é tão tíbia que pela ótica dos pesquisadores o vacinado não possui nenhuma proteção a não ser que seu vizinho se vacine e que se ao menos um não se vacinar o mundo todo corre perigo. Uma lógica insana nada cartesiana que contradiz a definição intrínseca da palavra vacina.
Mais uma vez volto à posteridade, como ficarão intrigados nossos descendentes com essa barafunda ao se debruçarem sobre tantas contradições em meio a tantos acontecimentos absurdos óbvios e indiscutíveis, acaso o vírus teria afetado a saúde mental da humanidade inteira? A incapacidade de pensar diferente, de ver a obviedade dos fatos, traz como reflexão que talvez os fantasiosos filmes sobre no futuro vírus tornarem os seres humanos zumbis estejam se transformando de ficção em realidade, e pobre dos que não se ajustarem a nova ordem desse novo mundo de zumbis. É como se a humanidade tivesse saído de uma floresta sombria, úmida e tenebrosa, assustada e sobrevivente a emboscadas de perigosos inimigos, e repentinamente se defrontasse maravilhada com uma clareira, uma imensa planície de esperança pela frente, para logo em seguida, aos primeiros passos se descobrir naufragada em meio a um pântano de incertezas, sendo orientadas por inverdades e confusão. Mais do que nunca nesse momento precisamos de razão.
Autor:
Marçal de Oliveira Huoya