Como já bem sabem, eu tenho uma certa necessidade de me expor no intuito de gerar um alívio cômico, não sei até onde isso é comum ou saudável, só sei que é assim. Hoje eu preciso contar um caso que me fez refletir um pouco, um tempo atrás eu estava ficando um rapaz e decidi passar a noite com ele, eu tenho uma vontade que já está sendo trabalhada na terapia de que tudo tem que sair no mais perfeito estado, então eu levei um pão de mel para ele, umas cervejas e tinha tudo arquitetado na minha cabeça para ser uma noite incrível. Eu não fumo, nem cigarro que na época eu tinha recém parado, nem maconha, mas nesse dia em específico eu estava com muita vontade de usar um cigarrinho de artista, como diz a Camila Fremder que me viciou em expressões dos anos 90, bom, resumindo a odisseia aqui minha pressão baixou num extremo e ele teve que me segurar para eu não cair, uma humilhação das boas, mas não parou por aí, além disso tudo eu capotei ocupando toda a cama sozinho e acordei só de madrugada. Eu estava lembrando desse caso recentemente e fiquei naquela angustia de não entender como eu passei essa vergonha, mas refleti sobre uma coisa, no quanto eu odeio não ter controle sobre a minha volta ou sobre mim mesmo, tudo isso que aconteceu não estava nos meus planos, principalmente a parte em que eu já nem controlava meu corpo, péssima memoria construída, mas eu consegui ir além e perceber que momentos em que não controlamos tudo acontecem diariamente em nossa vida. Será que estamos prontos a lidar com eles? Será que conseguimos sentar e organizar nossa cabeça mesmo que tudo esteja fora dos conformes? E pensando nisso eu fui um pouco mais fundo e me questionei sobre o fato de que quem estipula os conformes sou eu mesmo, a vida não tem obrigação nenhuma de seguir o roteiro que eu escrevi única e exclusivamente para me sentir confortável com situações e comigo mesmo, esse é o ponto real sobre viver, ninguém pode planejar nada esperando que se cumpra exatamente do jeito que foi desenvolvido no nosso campo imaginativo. Óbvio que até eu chegar nessa conclusão eu tive três surtos existenciais, porque eu gosto muito de controle, gosto muito de planejar e arquitetar um plano de ação para que as coisas saiam do jeito que eu quero, um problema tão grande que eu provavelmente converso com alguém esperando uma resposta específica pois já decidi como deve ser o diálogo na minha cabeça. A vida não é assim, não estamos presos dentro de um algoritmo pré-definido que deve agir do modo que queremos, não somos mais crianças mimadas que devem esperar que todas as situações saiam do jeito que queremos, em hipótese alguma isso vai ocorrer. Temos que estar preparados para saber lidar com o que nos é oferecido, de uma forma a saber contornar as situações, saber viver de uma forma leve sem se preocupar com os mínimos detalhes das experiências.
Autor:
Jônatas Cavalcante Ribeiro
Ter controle da vida é importante, porém, controle demais prejudicam as coisas.. hehe