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terça-feira, 23 de abril de 2024

Os impactos do desmatamento comprometem o plano global de sustentabilidade

São Paulo – SP 20/5/2021 – Em 2019 as emissões de gases de efeito estufa totais brasileiras cresceram em 9,6%, enquanto que o PIB nacional cresceu 1,1%.Eliminar o desmatamento ilegal é a meta ambiciosa do governo brasileiro até 2030.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) informou que o mês de abril de 2021 registrou um novo recorde de desmatamento na floresta amazônica. “A Amazônia perdeu 778 km2 de área florestal, o maior índice da série histórica para o mês dos últimos 10 anos, de acordo com dados do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) do Imazon”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

Em 2019 as emissões de gases de efeito estufa totais brasileiras cresceram em 9,6%, enquanto que o PIB nacional cresceu 1,1%. Isso comprova que as emissões no Brasil, diferentemente da maioria das outras grandes economias, estão descoladas da geração de riqueza.

No ano de 2020 o Brasil alcançou o maior número de queimadas na década. A floresta amazônica registrou 103.161 focos ante 89.171 em 2019, um aumento de 15,7%. Os impactos do desmatamento e do fogo para o clima são terríveis, assim como a redução de chuvas para o agronegócio. A região do Pantanal perdeu 11,1 milhões de acres (4,5 milhões de hectares), o equivalente ao estado do Espírito Santo e correspondente a 30% da área total do bioma. Foi um aumento anual de 84% das queimadas, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélite Ambiental (Lasa). É hora de tratar as florestas como ativos, que precisam ser conservados.

“Estudo da Fiocruz e do WWF-Brasil aponta que as queimadas foram responsáveis pela elevação dos percentuais de internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos 10 anos (2010-2020) nos estados com maiores números de focos de calor”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

Um novo estudo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) mostra que a invasão de florestas públicas não destinadas impulsiona o desmatamento ilegal e as queimadas na região. No primeiro trimestre de 2021, um terço da derrubada registrada na Amazônia aconteceu nessas áreas, segundo dados do sistema Deter.

Um dos indícios da grilagem é o aumento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) sobre essas florestas: a área pública declarada como imóvel rural particular aumentou 232% desde 2016, chegando a 18,6 milhões de hectares em 2020. É mais que três vezes o território do Distrito Federal e 32% de todas as florestas públicas não destinadas na Amazônia.

O governo brasileiro se comprometeu a atingir a neutralidade climática em 2050 em vez de 2060; eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e aumentar recursos para medidas contra o desmatamento; e manter a meta da NDC de redução de 43% das emissões de GEE até 2030, comparado aos níveis de 2005.

“Seria um grande avanço do Brasil, na agenda global da década que se inicia adotar uma postura transparente, corajosa e sinérgica com os esforços das nações civilizadas, encarando de frente a questão amazônica, que não é nova, demonstrando o que sabemos fazer em termos de preservação e que estamos dispostos a enfrentar o problema. Com certeza, os produtores rurais estarão ao lado do governo nessa causa. Agindo assim, inauguraríamos uma etapa construtiva nas relações internacionais, atrairíamos mais investimentos e, sem dúvida, preservaríamos nossa floresta e, claro, nossa soberania”, salienta João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro, empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).

A política ambiental precisa fazer justiça à postura avançada da agropecuária, que conserva imensa área de matas nativas e mananciais fluviais. Sessenta e um por cento da cobertura vegetal nativa do Brasil estão preservados, sendo que 11% do total encontram-se dentro das 5,07 milhões de propriedades rurais do país. Apenas 9% do território brasileiro são ocupados por lavouras e 38,7% correspondem à produção agrícola, pastagens e florestas. Na matriz energética, 42,9%, contra 13,8% na média mundial, provêm de fontes renováveis, sendo 17% referentes ao setor sucroenergético.

“Não há uma solução única para os desafios da produção agropecuária sustentável. A tecnologia é chave para que haja informação das áreas de produção, guiando ações para atingir alguns dos principais objetivos de sustentabilidade da empresa: a redução do desmatamento e da emissão de gases de efeito estufa”, conclui Vininha F. Carvalho.

Website: http://www.revistaecotour.news

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