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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Os Picaretas do Espírito.

“Proclama a Palavra insiste no tempo oportuno e inoportuno, refuta, ameaça e exorta, com toda paciência e doutrina, porque, haverá um tempo, em que alguns não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como se sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres, desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas, tu porém, sê sóbrio em tudo, suporta o sofrimento, faze o trabalho de um evangelista, realiza plenamente o teu ministério”. (Bíblia de Jerusalém) II à Timóteo. 4:2-05.

É interessante, que o apóstolo Paulo, separado para pregar o Evangelho aos Gentios, tenha que lembrar algo, que na vida de pastores deveria ser uma coisa óbvia. No entanto; tanto nos dias do apóstolo Paulo, como nos dias de hoje; nem tudo que parece óbvio é óbvio de fato. Tanto é verdade, que se faz necessário admoestar ao seu “filho” Timóteo, a pregar a Palavra independentemente do tempo, isto é; fazer de todo o tempo, uma oportunidade para anunciá-la. Porém; o que se tem pregado nos dias de hoje, realmente é a Palavra de Deus? Nunca estivemos tão carentes de “pastores” comprometidos com a Palavra, e mais ainda; conhecedores da Palavra. Luís Felipe Pondé (Filósofo, Professor e escritor) em seu livro, Filosofia para Corajosos, usando o pensamento de Friedrich Nietzsche diz: “Filosofia na primeira pessoa”, aquilo que Nietzsche chama de “sua própria Língua”, isto é; ter a sua própria conceituação e interpretação filosófica. Será, que esta ideia não caberia muito bem, se emprestada à Teologia? Ou será, que não estamos vivendo um tempo, em que; cada pastor, cada Igreja, cada denominação tem criado à sua própria Teologia? As bases da Reforma, que muitos a interpretam, como “contra Reforma”, que é de fato; uma contra reforma e não uma reforma. Onde se apregoou de que; “Igreja reformada, sempre se reformando” não deu vazão à que, cada um faça por si só , a sua própria interpretação? E, esta “liberdade” hermenêutica e interpretativa transformou ou melhor, está transformando à Bíblia, em um livro que venha atestar convicções, Teologias e interpretações, totalmente, dissociadas daquilo que realmente, Deus quis e continua dizendo? Sem querer dizer o nome do santo, mas dizendo a reza. Vi um pastor famoso nos meios sociais, um verdadeiro “Coaching” da fé; onde a pregação e o público, em suas reações, não diferenciava em nada, às melhores Stand-up. Apresentada, no Comedy Central. Outros, parecem mais, “ilusionistas da fé”, os quais; usando técnicas “psicológicas” de indução, com forte influências Neuro-linguísticas criam verdadeiros “Aiatolás” cristãos. Enquanto isto; a Palavra que é como: “Uma semente, incorruptível e incontaminável, sucumbe diante de “Pseudo” pregações, que mais parecem, seções de “descarrego” da pobreza, mental e espiritual, no vislumbrar de um cristianismo materialista de ilusões. A revista Forbes, que o diga! Sem contar os momentos de histerias coletivas, em cultos, que parecem mais seções de Umbanda, do que; um culto ao Deus que tudo criou. Com o aumento brutal da quantidade, a qualidade tem sucumbido. Hoje ser pastor é como ser um “entregador delivery” é rápido, instantâneo e inconsistente. O que dizer então dos cursos de teologia aos montes? Não é apenas bar que se vê em cada esquina, cursos de teologia também! Uma verdadeira “Guerra dos Canudos”. Porém, num mundo de tantas inconsistências, tantas banalizações e tanta, liquidez; como salienta Bauman, que diferença faz mais uma; dentre tantas outras? O fato; é que é preciso voltar ao primeiro amor, e o amor primeiro de todo filho de Deus, nascido e gerado, por meio de sua Palavra; cuja presença do Espírito de Deus, o faz e faz, de sua Palavra, seu “pão” diário. As pessoas estão cada vez mais embrutecidas dentro delas mesmas, e este embrutecimento, é algo que vem de suas próprias lideranças. Hoje, parece que nada mais toca, nada mais choca, e as pessoas estão se acostumando, não apenas a contar os seu mortos, vítimas da Covid-19, mas também, estão se acostumando com o evangelho, que Paulo o chamou, de o “outro” Evangelho. Ai Igrejas por meio de seus líderes poderiam e deveriam, colocar sua logística em prol das autoridades prestando um grande serviço à nação, uma vez que; possuem templos bem situados e estruturados. Ao contrário disto, muitos pastores deixaram de pregar o evangelho para substituí-lo, pela “Boa Nova” da Política. O Evangelho de Cristo não é apenas oração, mas é também, ação, atitudes de humanidade pela sociedade que é composta pelo nosso próximo, aquele mesmo que Jesus disse: “Amarás o teu próximo como a si mesmo” . Imagine um Moody no dias de hoje, que não pegava no sono, sem antes “pegar” uma alma para Jesus? Um Whitefild, o que dizer de um Spurgeon então? Que Deus levante mais pregadores, com a cara, o amor pela sua Palavra e com o caráter do Pai. Isto é; “Eu e o Pai” somos um!

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

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