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segunda-feira, 11 de março de 2024

Dinheiro na mão é vendaval?

Por mais que eu tentasse, seria impossível me recordar com precisão quantas vezes já ouvi minha mãe dizendo a expressão: “Dinheiro é um mal necessário”.

Quando criança, não compreendia bem o significado daquilo, afinal, sempre julguei que ter alguns cruzeiros reais no meu bolso era, sim, necessário, mas não era nenhum mal. Eu, quando raramente tinha algum, ficava bem feliz! Acreditava que aquilo só me traria benefícios.

Até que um dia, não me lembro bem quando, Paulinho da Viola, por meio de uma das suas mais famosas composições – Pecado Capital – me fez compreender um pouco do que minha mãe dizia. Ao ouvir aquela bela canção, notei que por mais que todos à minha volta estivessem sempre buscando, de alguma maneira, conquistar uma grana, a relação com o dinheiro, que a maioria das pessoas mantinha, não parecia muito sadia e exigia grande responsabilidade.

Paulinho foi extremamente feliz ao ilustrar uma triste realidade. Ele falou de sonhos, de soluções, nos mostrou que é preciso viver e que viver não é brincadeira não. Mas também falou de ilusões, de enganos, de irmãos que já não se reconhecem mais, de solidão… Tudo isso por conta dele, o dinheiro.

É claro que eu não estou aqui para tentar convencer ninguém de que viver sem dinheiro é melhor. Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas sabem como é, ele compra coxinha. Além do mais, ser infeliz lá em Paris custa caro. Ok, desculpe, não vou ficar aqui fazendo piadinhas óbvias e ultrapassadas sobre dinheiro.

Fato é que vivemos em um mundo capitalista e a vida daqueles que possuem algumas economias acumuladas costuma ser, na maioria das vezes, melhor do que a vida dos menos abastados. Por isso não tem problema gostar de dinheiro, almejá-lo e lutar por ele, desde que, é claro, se faça isso de maneira lícita e que não seja uma busca compulsiva.

Tem gente que até promete, talvez acreditando que a teoria de conspiração do universo entre em cena, tornar-se uma pessoa mais solidária pós-enriquecimento. Quem sabe funcione.

Dinheiro na mão pode, sim, ser vendaval e pode também ser a solução. Tudo vai depender das escolhas e das atitudes que tomaremos em relação às nossas vidas, com ou sem ele.

Autor: Guilherme M. Bonfim

Guilherme M. Bonfim
Guilherme M. Bonfim
Redator publicitário, cronista e roteirista.

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